“A primeira medida preventiva é a educação”, afirma a Psicóloga Thaísa Kohler - Divulgação

Campanha procura elucidar a preservação da vida através da conscientização

Chegou o nono mês do ano e com ele o ‘Setembro Amarelo’. A campanha, que visa conscientizar a sociedade sobre a importância da valorização da vida humana, desde 2014, tem como objetivo central a prevenção ao suicídio, que tem a data 10 de setembro, como o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio.

Segundo a Psicóloga Thaísa Kohler, o Setembro Amarelo começou nos EUA, quando o jovem Mike Emme, de 17 anos, cometeu suicídio, em 1994. A iniciativa foi o estopim para um movimento importante de prevenção ao suicídio, já que Mike cometeu suicídio dentro de seu Ford Mustang 1968. O Mustang Amarelo, segundo os amigos de Mike, era seu principal passatempo. Mike reformou o carro e tinha-o pintado de amarelo. “Já no Brasil, a campanha foi iniciada em 2014, pela Associação Brasileira de Psiquiatra (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM) que, organiza nacionalmente, a campanha ‘Setembro Amarelo’. Apesar do dia 10 desse mês ser a data oficial, a campanha acontece o ano todo”, pontua.

Sendo um dos grandes problemas do século XXI e do mundo contemporâneo, a maioria das pessoas vê no suicídio, a alternativa para o fim dos seus inúmeros problemas. Entretanto, apesar dessa hipótese do vazio existencial, nem sempre o indivíduo ansioso e depressivo se mata para acabar com a vida, mas sim, com as suas dores.

De acordo com a psicóloga, são registrados cerca de 12 mil suicídios todos os anos no Brasil e mais de 01 milhão no mundo. Trata-se de uma triste realidade, que registra cada vez mais casos, principalmente, entre os jovens. Cerca de 96,8% dos casos de suicídio estavam relacionados à transtornos mentais. Em primeiro lugar está a depressão, seguida do transtorno bipolar e abuso de substâncias. “A primeira medida preventiva é a educação. Muitos ainda acham que quem deseja suicidar-se não dá sinal, mas isso não passa de um mero engano, pois quem deseja cometer suicídio dá indícios, sim. Ficam mais isolados, deixam de fazer atividades antes prazerosas, dizem que não tem sentido para viver. Essas pessoas normalmente não querem acabar com a vida e sim com a falta de sentido que ela deixa de fazer. A melhor forma de ajudar é atentar-se a esses sinais e estar sempre por perto e incentivando-os a buscar ajuda especializada”, salienta.

Em Macaé, há o Centro de Valorização da Vida (CVV), que atende gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo. Aos que desejarem atendimento ou ajudar a alguém que esteja passando por problemas, basta ligar através do número 188. Há também o Hospital Psiquiátrico do Aeroporto, situado na Rua Curuncango, s/n, no bairro Parque Aeroporto, que oferece apoio e atendimento. Além disso, cartilhas de prevenção ao suicídio são distribuídas pela cidade e pelas unidades de saúde, fazendo um alerta e conscientizando a população.

Frente ao cenário pandêmico, que requer o confinamento social como a principal medida protetiva no combate à disseminação do vírus, as chances de aumento desse problema são maiores e, com isso, a necessidade do olhar atento a si e ao outro. “Temos um agravamento quanto a isso, uma vez que o isolamento já aumentou as queixas de depressão, ansiedade e outras patologias, porém, nada que não permita aos familiares a notarem a diferença comportamental desses indivíduos e solicitarem ajuda, uma vez que aos poucos a realidade tem voltado ao normal e as redes de apoio permanecem abertas para receber esses pacientes. Fiquem atentos a pequenos sinais, e busquem ajuda”, finaliza