Professora do curso de nutrição da UFRJ Campus Macaé fala da importância da alimentação saudável diante da pandemia do coronavírus

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Associação de Docentes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (AdUFRJ) convida Beatriz Ribeiro, para discutir o tema ‘Alimentação saudável em tempos de COVID-19’

‘Alimentação saudável em tempos de COVID-19’ foi o tema do primeiro vídeo realizado pela Associação de Docentes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (AdUFRJ), que teve como convidada Beatriz Ribeiro, nutricionista, Doutora em Nutrição Humana, professora do curso de nutrição e Coordenadora do Laboratório de Pesquisa e Inovação em Ciências do Esporte da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Campus Macaé. A iniciativa pertence ao projeto ‘Pílulas Antimonotonia’, que visa abordar diferentes temas frente à pandemia do coronavírus.

Segundo Beatriz Ribeiro, o projeto tem como objetivo informar o corpo social da UFRJ e a sociedade civil por meio do seu canal TVAdUFRJ, no youtube.com/ADUFRJ. Até esse momento da pandemia, não há nenhuma evidência científica que realmente esclareça que algum alimento ou nutriente tenha associação com a prevenção ou cura da COVID-19, ou seja, não existe alimento ou nutriente milagroso que evite ou trate a doença.

“Uma alimentação saudável é primordial para manter a saúde e, é especialmente importante, para manter o sistema imunológico em ótimas condições. Neste momento que passamos mais tempo em casa, podemos aproveitar para nos alimentar de forma mais saudável. E, comer bem significa comer comida de verdade”, ressalta.

A professora declara que alimentação saudável é aquela baseada em ingredientes ‘in natura’ e minimamente processados. ‘In natura’ são alimentos vendidos como foram obtidos da natureza, como frutas, legumes, verduras, tubérculos e ovos, já os alimentos minimamente processados, são alimentos ‘in natura’ que, antes de sua aquisição, foram submetidos a alterações mínimas, como grãos secos, polidos, empacotados ou moídos na forma de farinhas, raízes e tubérculos lavados ou congelados e leite pasteurizado. “Aquela banana, tão apreciada por nós, pode ser acrescida de aveia e canela dando um toque especial e melhorando a densidade nutricional da refeição”, pontua.

Beatriz orienta para as pessoas limitarem as compras de alimentos industrializados, como batatas fritas, refrigerantes, biscoitos, pizzas e sorvetes e, além disso, evitarem a compra de refeições prontas industrializadas, visto que, a maioria, é rica em sódio, gordura trans, calorias vazias e contribuem no excesso de peso. Uma dica importante é que, como todos estão em isolamento, não devem ir sempre ao hortifruti, ao mercado ou a padaria, podendo armazenar os alimentos e preparações.

“Legumes como batata, inhame, batata doce, cenoura e abóbora podem ser branqueados e congelados. A técnica de branqueamento é super fácil, nada mais é do que colocar os legumes em água fervente por até um minuto (dependendo da consistência do alimento, pode ser um pouco mais de tempo) e depois logo mergulhá-los na água bem fria, pelo mesmo período, dando um choque térmico. Depois é só separar em porções de acordo com o tamanho da família e guardar no congelador. Até mesmo o pão, alimento presente na mesa dos brasileiros pode ser congelado”, revela.

De acordo com a professora, por outro lado, o arroz e feijão acrescidos de porções generosas de alho e cebola representam uma alimentação saudável. O feijão é rico em zinco e, o alho e a cebola, são fontes de selênio, que são potentes antioxidantes e fortalecem o sistema imunológico. Já a mistura de arroz e feijão é fonte de aminoácidos que quando consumidos juntos em uma mesma refeição, compõem proteínas de alto valor biológico fundamentais para manter a imunidade.

“Indispensáveis são as frutas cítricas como a laranja, acerola, tangerina, limão e o maracujá que são fontes de vitamina C, outro nutriente antioxidante natural famoso quando se trata do sistema imunológico. E não se esquecer de beber água sempre estando em casa é fundamental”, afirma.

Beatriz destaca ainda as notícias que circulam na mídia associando a vitamina D à COVID-19, já que a vitamina costuma ser receitada para pacientes que enfrentam problemas no sistema imunológico, como pessoas em tratamento contra o câncer e problemas respiratórios. No entanto, não há concordância sobre sua utilização generalizada como forma de aumentar a resposta imune do organismo e, até o momento, não há consenso científico sobre seu emprego específico em pacientes com o novo coronavírus.

“A vitamina D pode ser encontrada em alimentos gordurosos como a gema do ovo, em peixes como sardinha e atum e queijos. Outra importante fonte de vitamina D para o corpo é a luz solar. 15 minutos são suficientes para ajudar o organismo a produzir essa substância, sendo assim, não é recomendado que as pessoas façam suplementação de vitamina D ou outro suplemento, sem orientação profissional. Toda suplementação em excesso pode ser tóxica e ter o efeito contrário ao benefício esperado”, declara.

A professora salienta a importância de minimizar a ida aos centros de abastecimentos e, se precisar se deslocar, escolher horários alternativos ou realizar compras online. “Além disso, cozinhar suas próprias refeições e envolver toda a família é uma ótima chance para aumentar os laços familiares e criar hábitos de alimentação mais saudáveis”, finaliza.

Vale frisar que, visando cooperar com a saúde e o bem-estar da população diante deste cenário, o curso de nutrição da UFRJ Campus Macaé vem realizando inúmeras ações e lives para difundir informações sobre alimentação e coronavírus. Para acompanhar os trabalhos, basta acessar o Instagram pelo link https://instagram.com/nutricaoufrjmacae?igshid=4igyjefv65m5.