Muitos preparativos antecedem uma posse presidencial. De quatro em quatro anos, a rotina se repete e uma série de providências são tomadas para que tudo saia da melhor forma possível. No Congresso Nacional, onde o Presidente assina o termo de posse, as medidas incluem vários setores tanto da Câmara dos Deputados quanto do Senado Federal .
Tudo começa com a elaboração, impressão e envio dos convites para o mailing selecionado, incluindo os familiares e amigos mais próximos do Presidente eleito. Como os lugares no plenário da Câmara dos Deputados, onde ocorre a cerimônia, ainda que maior que o do Senado, são limitados, as autoridades convidadas de primeiro escalão e os Chefes de Estado estrangeiros também podem ser acomodados nas chamadas “galerias” que ficam dispostas no patamar superior ao plenário e de onde se pode ver toda a cerimônia como se estivéssemos em um “ camarote”.
Para estes convidados, são distribuídos hologramas que são como pequenos adesivos que permitem o acesso a determinadas áreas restritas do Palácio, tudo em conformidade com um austero controle de presenças a fim de garantir a segurança de todos os que estarão presentes à posse.
Enviados os cerca de três mil convites, o desafio é acomodar estes convidados nas bancadas dispostas no plenário e que não chegam a 513 cadeiras e nos mais aproximados 200 lugares dispostos nas galerias. Além dos convidados, temos que acomodar a imprensa nacional e estrangeira, assessores, amigos e familiares, ou seja, a conta não fecha.
E para que tudo isso funcione, precisamos de contar com outros setores determinantes como a infraestrutura que incluem mobiliário, som, iluminação, limpeza, atendimento médico de emergência entre outros e um setor em especial que, em função desta posse presidencial, terá um peso muito maior e será primordial: a Segurança Legislativa em função do atentado sofrido pelo presidente eleito.
Esta posse será um grande novo desafio para os que estão envolvidos e será um novo “ case” se considerarmos todos os acontecimentos que envolveram a campanha do eleito e o fato de que estão previstas mais de um milhão de pessoas para a posse.
Dois bolsões delimitados por forte esquema de segurança serão montados um para os que estarão celebrando a posse e outro no outro extremo para os que estão descontentes. Algumas dúvidas ainda pairam sobre nossas cabeças, entre elas o tradicional desfile em carro aberto, no Roills Roice doado pelo governo britânico, o discurso no parlatório, a entrada pelo centro do plenário entre abraços e cumprimentos dos presentes, enfim, muitas interrogações que serão respondidas em meio a novas posturas que, esperamos, não tirem o brilho e a espontaneidade desse momento único e tão esperando por milhões de brasileiros.
* Walesca Borges – Analista Legislativo do Senado Federal