Nascemos iguais e com o decorrer da existência temos vidas diferentes. Vislumbramos, que dentro da mesma vida, há ciclos diferenciados. Na maturidade é mais fácil adaptar no estuário restrito, onde o fluxo das soluções andam com desenvoltura, rompendo os obstáculos do mar, com eficiência do que imensidão do oceano com entusiasmo do jovem marinheiro.

Na adolescência os caminhos se bifurcam e a desorientação espacial nos conduz a andar por caminhos paralelos, que não nos leva a lugar nenhum. Hoje ao jogar nosso barco no mar, jogamos também anos de estudos e aperfeiçoamentos, que mesmo assim, somos surpreendidos pelas intempéries do tempo e pelos traçados enigmáticos das ondas, que poderão conduzir às profundidades suicidas, incompatíveis com nossa respiração.

Conhecer o mar não é certeza de que manobramos seus caminhos com sucesso. Existe a imprevisibilidade proveniente de traçados transcendentais, que pesa substancialmente no resultado final. Nossas potencialidades nos faz acreditar que somos os principais condutores desta façanha, mas são nas incertezas dos acontecimentos em que a sorte do empreendimento se decide.

É empiricamente andando que sentimos as bolhas nos pés, é empregando nossas forças que temos a certeza da altura das ondas, porém é alojando nossos sonhos, em nosso interior, que suportamos, definitivamente, a intensidade dos raios solares transpondo os óbices dos caminhos com sucesso.

Agora no porto observando as saídas dos barcos deduzimos que a distância é a mesma, o tempo é o mesmo, porém o destino de cada viagem terá um resultado diferenciado.

Devemos ser homéricos e determinados, para lançar nosso barco no mar, pois a história de cada viagem dependerá, sem duvida nenhuma, da interferência transcendental no destino humano. Por isso, devemos ser valente ao lançar o barco e humilde, para sujeitar o sucesso da embarcação a fenômenos extra-humanos.

Para onde vai sua vida no momento atual? Se localizar é o primeiro passo, tentar sair das agarras rotineiras é o segundo e finalmente o terceiro é acreditar que passos involuntários acertam a marcha e conduzirá ao sucesso, porém estes passos só perceberão se primeiro entramos na guerra com nosso próprio arsenal e acreditar, que a imprevisibilidade, não cabe a nós humanos prever.

* Juarez Alvarenga – Advogado e Escritor