Moradores da Rua Carlos Cler Ribeiro, no bairro Sol Y Mar, denunciam a coloração da água fornecida pela Cedae - Foto Eu, Leitor O Repórter

A cada duas vezes por mês, a Companhia de Água que abastece a cidade realiza inspeção nos equipamentos, porém a crise hídrica não consegue ser solucionada

A crise hídrica no estado tem chamado a atenção para a qualidade de água no interior. Em Macaé, moradores denunciam que a água chega suja às torneiras. Quem reside na Rua Carlos Cler Ribeiro, no bairro Sol Y Mar questiona da coloração da água que é fornecida pela companhia. É o caso do morador Ruan Rocha que reclama da cor e do mau cheiro e conta que a qualidade é duvidosa.

A água da casa do Ruan que sai do filtro é bem nítido, sai bem mais clara, porém há dias em que fica barrenta como na foto, que foi cedida para a nossa equipe de reportagem do Jornal O DEBATE.

Diante da crise hídrica no estado do Rio e as constantes denúncias sobre os problemas no fornecimento e qualidade da água em Macaé, o Núcleo de Pesquisas em Ecologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), solicitou a análise da água a um grupo de pesquisadores. O estudo foi feito no Rio Macaé, que abastece a cidade.

De acordo com o especialista em geociências, Maurício Molisani, a qualidade da água do Rio Macaé é boa, mas piora ao chegar em áreas urbanas.

Maurício explica que a falta de investimentos em saneamento básico pode causar riscos à saúde e que as autoridades competentes deveriam dar prioridades, pois se trata da saúde da população.

Apesar de Macaé não ser abastecida pela Estação de Tratamento de Água Guandu, que apresentou problemas na qualidade do líquido, a situação preocupa. O assunto tem sido discutido na Câmara de Vereadores da cidade, onde parlamentares já visitaram a subestação de captação Severina, responsável pelo abastecimento em Macaé e constatou problemas na captação e a falta de investimentos da Cedae no local.

Diante de vários interrupções no fornecimento de água por parte da Cedae, a população questiona que as manutenções são realizadas com frequência, porém a crise hídrica não é resolvida e a qualidade da água deixa a desejar.

Em nota, a assessoria de comunicação da Cedae informou que não é responsável pelo esgotamento sanitário no município de Macaé. A companhia informou, ainda, que realiza monitoramento regular na saída da estação de tratamento de água (ETA) atendendo aos parâmetros exigidos pelo Ministério da Saúde, e os resultados das análises confirmam a portabilidade da água produzida pela ETA.

A Cedae disse ainda que desde o ano passado, vem realizando diversos investimentos para melhorias do sistema a fim de assegurar o abastecimento no município. Dentre os investimentos, de aproximadamente R$ 2,5 milhões, já realizados em 2019, destacam-se a aquisição, reforma e instalação de conjuntos motor-bomba (inclusive equipamentos reserva); aquisição de novos painéis elétricos de comando; aquisição de talhas elétricas; reforma e modernização dos transformadores; aquisição de dois transformadores novos e mais potentes; limpeza e adequações das instalações da Captação de Água Bruta Severina.
Quanto a questionamento de moradores sobre a coloração e cheiro da água, a Cedae informa que não há registros de alteração na cor e odor da água na região, no entanto, pedimos informar endereço completo para enviarmos equipe para coleta e análise da água no imóvel do cliente.

Cabe informar que a Cedae disponibiliza, através do atendimento ao cliente (0800 282 11 95), canal para solicitação de clientes que identificarem qualquer anormalidade na água. A companhia envia técnicos para realizar coleta no local para realizar análise.