O vereador Maxwell Vaz foi o mediador da live que teve como convidados especiais, Dr. Sávio Mussi, médico e diretor do Hospital São João Batista e, Francisco Navega, Presidente da Associação Comercial e Industrial de Macaé (ACIM).

Dr. Sávio Mussi afirma que para o retorno, a cidade precisa adotar uma educação comunitária

Aconteceu, na noite da última segunda-feira (6), a live entre o vereador Maxwell Vaz; o presidente da Associação Comercial e Industrial de Macaé (ACIM), Francisco Navega; e o médico e diretor do Hospital São João Batista, Dr. Sávio Mussi; para discutir sobre o ‘Plano de retomada de Macaé’.

Dr. Sávio Mussi destacou que todas as vidas importam e são elementos inegociáveis e, partindo dessa premissa, o isolamento social é um instrumento científico que tem maior evidência e eficiência no enfrentamento à pandemia do coronavírus, entretanto, vem sendo feito de forma atrapalhada no país, por conta da disputa irracional dos atores, principalmente, os políticos. “A epidemia veio e ficará conosco por um bom tempo. Precisaremos entender que ela muda as relações e exige de nós um processo de organização de todas as atividades da sociedade, como seu envolvimento com a saúde, a educação, o transporte público, entre outros segmentos”, ressalta.

Segundo o médico, um plano de retomada depende de uma organização intersetorial a fim de ouvir e compreender a dinâmica de cada setor. “Assim como cada vida importa e é inegociável, cada emprego também é importante para que a vida seja mantida com autonomia”, pontua ao dizer que o plano de retorno deve abranger todos os campos e, não só o da saúde frente ao cenário pandêmico.

De acordo com Francisco Navega, não dá mais para se entender que a pandemia só traz a visão médica e da saúde, visto que tem uma inserção econômica e é importante que as duas necessidades se conversem. A associação tem toda uma responsabilidade com relação a todas as empresas instaladas em Macaé e, desde o início, viemos discutindo com a prefeitura e com o prefeito sobre o apoio dado pela ACIM e sobre o destaque do município no combate ao COVID-19; entre as cidades vizinhas. “É preciso se atentar aos avanços até o momento, são 120 dias de pandemia e tivemos um comportamento extremamente conservador pelo lado da saúde, diante do pouco entendimento da população sobre o vírus por conta da sua rapidez. Mas já estamos em pleno julho e através dos protocolos de saúde e informações vindas de toda parte do mundo, chegou a hora de começarmos a criar esse plano de flexibilização com responsabilidade. O comerciante e comerciário aprenderam muito a lidar com esse novo processo dentro do seu negócio. Tem todo um procedimento”, diz o presidente da ACIM.

Para Navega, o comércio precisa ser tratado de uma forma diferente e está na hora do prefeito ouvir um pouco mais nesse momento, flexibilizando os setores que não apresentam aglomerações e riscos para a sociedade como um todo. “É preciso paciência, estamos construindo juntos uma saída pós-pandemia, que faça sentido para todo o Brasil. Quando falamos de Macaé, falamos do Brasil”.

Dr. Sávio declara ainda que para a retomada das atividades, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e todas as comunidades científicas internacionais recomendam um reforço das medidas preventivas mínimas, ou seja, um processo de educação comunitária permanente, fazendo a população compreender as necessidades do momento. “É um processo que se precisa entender que flexibilizar e fazer uma agenda de organização de liberação do trabalho, passa pelo principal entendimento que é preciso reforçar as medidas de proteção pela sociedade. Não significa que os atores não o executarão, mas sim, que o processo precisa ser ativo. Não adianta transferir só para o trabalhador, é preciso um pouco mais de sensibilidade. Nós temos hoje no município guarda municipal, equipe de mobilidade urbana qualificadas, entre outros, que podem ser treinados para fazer esse trabalho de orientação nos espaços de frequência comunitária e, se não fizermos dessa forma, será um pouco difícil, já que iremos transferir a responsabilidade da aglomeração e da não adoção de medidas preventivas na planta da população, que só está precisando de um processo de mudanças de cultura, por exemplo. Cabe a nós entender que a epidemia mudará todas as relações interpessoais em todos os campos, segundo alguns especialistas, pelos próximos 30 anos”, conclui.

Por fim, o vereador Maxwell Vaz fez aos convidados, as perguntas dos participantes durante a live, com o objetivo de esclarecer dúvidas por parte da população.