Castro deixa escritório de empresa que prestava serviço para fundação do governo do RJ em 2019, quando era governador; delator cita propina. — Foto: Reprodução/GloboNews

Apuração foi iniciada após delator dizer que político recebeu propina enquanto esteve nos cargos de vereador e vice. Ele nega.

As buscas que a Polícia Federal (PF) faz contra contra Vinícius Sarciá Rocha, irmão de Cláudio Castro, nesta quarta-feira (20) fazem parte de uma investigação da qual o próprio governador do Rio de Janeiro é alvo.

O inquérito foi aberto por autorização do Raul Araújo, do Superior Tribunal Justiça (ST), para investigar Castro por suposto envolvimento em um esquema de corrupção na época em que ele era vereador e vice-governador.

Ao pedir a abertura do inquérito, a Procuradoria-Geral da República (PGR) defendeu a apuração de seis crimes, que teriam sido praticados a partir de 2017: organização criminosa, fraude em licitações, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e peculato, que é o desvio de dinheiro público.

Cláudio Castro, que não é alvo de mandados nesta quarta-feira (20), sempre negou as acusações.

Além de Sarciá, que é presidente do Conselho de Administração da Agerio (a Agência Estadual de Fomento), também são alvos de buscas

  • Astrid de Souza Brasil Nunes, subsecretária de Integração Sociogovernamental e de Projetos Especiais da Secretaria Estadual de Governo;
  • Allan Borges Nogueira, gestor de Governança Socioambiental da Cedae.

Quais são as suspeitas?

O empresário Marcus Vinícius Azevedo da Silva afirmou em delação ao Ministério Público do Rio que Castro Cláudio Castro recebeu propina desviada da então Subsecretaria da Pessoa com Deficiência (SubPD) da Prefeitura do Rio quando era vereador, em 2017.

Silva disse ainda que, após ser eleito vice-governador, Castro participou de um esquema de corrupção em projetos de assistência social da Fundação Leão XIII, ligada ao governo do Rio de Janeiro.

Segundo o delator, Castro recebeu US$ 20 mil oriundos dos cofres da Fundação Leão XXIII durante uma viagem com a família aos Estados Unidos. E que, em julho de 2019, buscou outros R$ 120 mil no escritório de uma empresa que prestava serviço para a fundação (veja no vídeo abaixo).

A visita de Castro ao escritório da empresa carregando uma mochila foi registrada por câmeras de segurança.

Um dia depois dessa visita, o empresário Flávio Chadud, dono da Servlog, foi preso na primeira fase da Operação Catarata do Ministério Público do Rio, acusado de pagar propina em troca de contratos públicos.

PGR disse que crimes podem ter continuado durante a gestão Castro

Ao pedir autorização para investigar Castro, a PGR argumentou que os crimes cometidos pelo hoje governador podem ter continuado após ele assumir esse cargo, em 2021.

“[…] o modo de execução dos crimes, a forma com que a organização criminosa se instalou na Prefeitura e no Estado do Rio e a continuidade delitiva durante período considerável permitem juízo preliminar de que os crimes continuaram mesmo durante o exercício do novo cargo de governador do Estado do Rio de Janeiro”, diz o documento.

Por porrtal G1