Projeto alvo da Operação Lava Jato havia sido desidratado por gestões anteriores
Em um enredo cheio de idas e vindas, o Polo Gaslub (antigo Comperj), em Itaboraí (RJ) vai entrar agora em uma nova reviravolta em sua longa e controversa história. O novo plano estratégico da Petrobrás, apresentado ao mercado na última semana, prevê novos investimentos para aumentar a capacidade de processamento das refinarias da companhia. E um desses novos investimentos é justamente a implantação de uma unidade de produção de diesel no Gaslub. Além disso, o complexo deve também ganhar unidades dedicadas à produção de bioquerosene de aviação (BioQAV) e diesel 100% renovável, que devem entrar em operação após 2028.
Para lembrar, a conturbada história do Comperj começou no já distante ano de 2006, quando o projeto foi apresentado oficialmente, ainda no primeiro mandato do governo Lula. As obras no empreendimento começariam de fato em 2008. Inicialmente, o complexo entraria em operação em 2012, com capacidade para processar 150 mil barris diários de petróleo pesado do campo de Marlim. Contudo, o projeto se viu no meio de um escândalo de corrupção em meio às investigações da Operação Lava Jato. As obras da refinaria estão interrompidas desde 2015 e o polo petroquímico não saiu do papel.
Em 2020, a Petrobrás mudou o nome do empreendimento para Polo Gaslub e repaginou o conceito do complexo – que passaria a ter uma planta de processamento de combustíveis e lubrificantes, além de uma usina térmica. Na época do anúncio da mudança de nome, o então presidente da Petrobrás, Roberto Castello Branco, referiu-se ao projeto como um “cemitério da corrupção”. Agora, em 2023, Lula voltou ao Planalto e uma de suas promessas de campanha era justamente a ampliação da capacidade brasileira de produção de combustíveis.
Ao todo, o novo plano estratégico da Petrobrás, que compreende o período de 2024 a 2028, prevê um investimento de US$ 17 bilhões no segmento de Refino, Transporte e Comercialização. O planejamento objetiva o aumento de capacidade de processamento nas refinarias em 225 mil barris por dia (bpd) e da produção de diesel S-10 em mais de 290 mil bpd até 2029, suportado pela entrada de grandes projetos como o Trem 2 da RNEST, Revamps de unidades atuais e implantação de novas unidades de produção de diesel (HDT) na REVAP, REGAP, REPLAN, RNEST e GASLUB.
Em biorrefino, a companhia prevê investimentos de US$ 1,5 bilhão. Esses investimentos suportarão o crescimento da capacidade de produção de Diesel R5, com 5% de conteúdo renovável, na REPAR, RPBC, REDUC e REPLAN. Também está prevista a instalação de plantas dedicadas de BioQav e diesel 100% renovável na RPBC e no GASLUB, que serão concluídas após 2028.
Por Petro Notícias