Plataforma da Petrobras na Baia da Guanabara, no Rio de Janeiro(Mario Tama/Getty Images)

A decisão da empresa de não pagar dividendos extras, como no ano anterior, frustrou investidores

Após contabilizar lucro e dividendos recordes em 2022, a Petrobras (PETR3;PETR4) terminou o ano de 2023, o primeiro do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de volta ao comando da estatal, com um resultado positivo de R$ 124,6 bilhões. A cifra representa uma queda de 33,8% frente o período anterior, mas é a segunda maior da história da empresa.

No último ano do governo Bolsonaro, a estatal registrou um lucro recorde de R$ 188,3 bilhões, montante 76,6% superior ao apurado em 2021. Em 2022, a empresa também anunciou o pagamento de R$ 215,7 bilhões em dividendos aos acionistas.

Já em 2023, o pagamento de dividendos aos acionistas teve recuo expressivo, numa sinalização da empresa de que irá trocar esses pagamentos em níveis muito acima das empresas pares para priorizar investimentos.

O volume de dividendos caiu 66,4% no ano passado, mas ainda somou expressivos R$ 72,4 bilhões. A decisão da empresa de não pagar dividendos extras, como no ano anterior, frustrou investidores. Analistas esperavam uma distribuição adicional entre US$ 4 bilhões e US$ 9 bilhões.

Já os investimentos, apenas no quarto trimestre de 2023, subiram 23,7% ante o mesmo período de 2022 e 4,9% ante o trimestre imediatamente anterior, para US$ 3,55 bilhões.

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse em carta publicada junto ao balanço divulgado pela companhia nesta quinta-feira que os dividendos de R$ 72,4 bilhões, referentes ao exercício de 2023, são um “valor que se reverte para a sociedade brasileira”. No final de fevereiro, Prates já havia sinalizado que os recursos a serem distribuídos aos acionistas poderiam diminuir. Suas declarações fizeram as ações da estatal desabar, e a companhia perdeu R$ 29,9 bilhões em valor de mercado em um único dia.

Por InfoMoney