Diversas cidades do Norte Fluminense, entre elas Macaé, Rio das Ostras e Carapebus, registraram enchentes nos últimos dias, o que aumenta o risco de contaminação
A Secretaria de Estado da Saúde enviou um alerta aos municípios em relação ao aumento na ocorrência de casos de leptospirose neste período de chuvas de outono e transição de inverno. Diversas cidades do Norte Fluminense, entre elas Macaé, Rio das Ostras e Carapebus, registraram enchentes nos últimos dias, o que aumenta o risco de contaminação por leptospirose, uma doença causada por uma bactéria presente na urina de ratos.
Com as chuvas, a urina dos ratos se mistura à lama, água de valetas, lagoas, canais e enchentes, potencializando o risco de infecção, visto que a bactéria penetra no corpo humano através de pequenos ferimentos na pele ou pelo contato com a água contaminada por um grande período.
O alerta serve para que os profissionais de saúde fiquem atentos aos sintomas do paciente que dá entrada no serviço de saúde, onde dois casos suspeitos foram registrados no último fim de semana no Pronto Socorro do Parque Aeroporto.
“Os sintomas da leptospirose são parecidos com os de outras doenças como a gripe e a dengue, por isso é preciso levar em conta o histórico de chuvas e se houve outros casos de leptospirose na região”, explicou o infectologista, Charbell Kury.
Segundo Charbell, embora 90% dos casos tenham evolução satisfatória, se não tratada de forma correta, a doença pode levar à morte. O infectologista afirma, ainda, que os primeiros sintomas da doença são febre alta; mal estar; dores de cabeça constantes e intensas; dores pelo corpo, principalmente na panturrilha; cansaço e calafrios. Também são frequentes dores abdominais, náuseas, vômitos, diarreia e desidratação.
“É comum ainda que os olhos fiquem amarelados. Em algumas pessoas os sintomas reaparecem após dois ou três dias de aparente melhora, podendo evoluir para um quadro grave de insuficiência renal, respiratório e hemorrágico”, disse Charbell Kury.
Após a infecção, o período de incubação da doença varia de sete a 14 dias após o contato com a água contaminada. A confirmação da doença só é possível através de exames laboratoriais realizados uma semana após o início dos sintomas.