Embate entre deputada e líderes do movimento vieram à tona após falas de Arthur do Val sobre mulheres ucranianas.

A polêmica envolvendo os integrantes do Movimento Brasil Livre (MBL), Arthur do Val, que é deputado estadual (Podemos-SP), e Renan Santos, que é líder do grupo, parece está longe de chegar ao fim.

Na manhã deste domingo (6), a deputada estadual Janaína Paschoal (PSL-SP), usou as redes sociais para rebater os ataques recebidos após sua manifestação sobre a ida dos dois à Ucrânia, conforme registrou o Conexão Política.

Ao longo desta semana, Arthur e Renan anunciaram um ‘tour’ pelo país. O motivo, segundo eles, se daria a fim de “mostrar aos brasileiros a realidade da guerra”.

O embarque foi alvo de críticas de diversas personalidades, englobando nomes da esquerda, direita e, surpreendentemente, até do ‘centrão’ — ala política que possui determinado alinhamento com o MBL, e costuma legitimar críticas de líderes do movimento contra figuras que compõem o governo federal.

A ideia de ‘surfar’ no cenário de guerra não pegou bem para o grupo, alvo também de memes nas redes sociais, além de uma enxurrada de ‘dislikes’.

Reprovação ganha novo episódio

Na tarde da última sexta-feira (4), áudios de Arthur do Val viralizaram na internet. Neles, o parlamentar diz, entre outras coisas, que ucranianas são fáceis porque são pobres.

O conteúdo foi divulgado com exclusividade pelo portal Metrópoles. Nas mensagens, ele também teria dito que a fila da baladas brasileiras “não chega aos pés da fila de refugiados aqui”.

“Vou te dizer, são fáceis, porque elas são pobres. E aqui minha carta do Instagram, cheia de inscritos, funciona demais. Não peguei ninguém, mas eu colei em duas ‘minas’, em dois grupos de ‘mina’, e é inacreditável a facilidade”, diz Arthur, que até então era pré-candidato ao governo de São Paulo nas eleições deste ano e contava com apoio do ex-juiz Sergio Moro.

Em outro trecho, o parlamentar cita ‘fila das refugiadas’, com declarações consideradas pejorativas sobre as mulheres.

“Só vou falar uma coisa para vocês: acabei de cruzar a fronteia a pé aqui, da Ucrânia com a Eslováquia. Eu juro, nunca na minha vida vi nada parecido em termos de ‘mina’ bonita. A fila das refugiadas… Imagina uma fila sei lá, de 200 metros, só deusa. Sem noção, inacreditável, fora de série. Se pegar a fila da melhor balada do Brasil, na melhor época do ano, não chega aos pés da fila de refugiados aqui”, disse Do Val.

Reações políticas

Desde o ocorrido, Janaína Paschoal foi um dos nomes a cobrar explicações do Movimento Brasil Livre, incluindo uma série de pedidos de transparência sobre valores arrecadados pelo movimento para realizar a viagem ao país europeu.

Por meio do Twitter, Janaína publicou a seguinte mensagem, em resposta à nota oficial do MBL:

“Vídeos não provam nada! Sigo aguardando os comprovantes da efetiva destinação dos R$ 180.000,00 ao povo ucraniano. Basta digitalizar e publicar o extrato com as doações, o contrato de câmbio e as notas fiscais das compras”, escreveu ela.

Janaína foi além, ampliando questionamentos sobre o ‘giro internacional’, destacando questões financeiras envolvendo o que teria sido arrecadado pelo grupo.

“Os 180 mil reais foram gastos em garrafas velhas? Eu ainda não vi nenhum documento da viagem, nenhum comprovante da arrecadação e, principalmente, nenhum demonstrativo de que o montante foi empregado em compras para os ucranianos. Aliás, ora se fala em saque, ora em remessa….”, prosseguiu a parlamentar.

Renan Santos

Na sequência, Renan Santos rebateu as falas da deputada, dizendo que ela “está do outro lado nessa guerra”.

Ele também fez ataques pessoais contra Janaina, usando termos como “porca” e “invejosa”.

“Você é uma PORCA invejosa. Nao vamos prestar conta pra você, ser ridículo. Você não é parte disso. Você está do OUTRO LADO nessa guerra — e não só nela. Você está do outro lado em tudo”, destacou Renan Santos.

Rubinho Nunes

Não te devemos nada não, doida. Faremos prestação de contas para nossos seguidores, para quem contribuiu. Vocês que cobrem transparência do cartão corporativo do presidente.

Por Portal Ponto e Vírgula