A Unidade de Conservação presente nos municípios de Macaé, Carapebus e Quissamã é um reduto intocável de belezas naturais
Na passagem do Dia Mundial do Meio ambiente, merece destacar a importância do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, que é considerado uma das unidades de conservação mais bem preservadas do país e completou 22 anos. Entre os principais desafios para os próximos anos, está garantir a proteção da Unidade de Conservação.
Criado em 29 de abril de 1998, o Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba está localizado no norte do estado do Rio de Janeiro e engloba os municípios de Macaé (1%), Carapebus (34%) e Quissamã (65%) e é composto por 44km de praias e 18 lagoas costeiras de rara beleza e de grande interesse ecológico.
De acordo com o Professor Dr. Rodrigo Lemes Martins (Instituto de Biodiversidade e Sustentabilidade – NUPEM – UFRJ / Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)), a criação do PARNA da Restinga de Jurubatiba, em 1998, representou uma quebra de paradigma dentro do IBAMA, devido à carência de dados na época sobre espécies endêmicas e questões relacionadas à conformação da unidade. “A principal justificativa científica para a criação do PARNA, foi embasada na diversidade de formações vegetacionais e lagunares, e no fato dos ecossistemas se apresentarem únicos, detentores de um conjunto de interações ecológicas singulares e essenciais para a sobrevivência dessa comunidade e, consequentemente, para a manutenção de seus serviços ambientais”, declara.
O Professor destaca ainda que a restinga é um ecossistema que faz parte da Mata Atlântica, mas se distingue por agregar dezenas de comunidades de plantas com diferentes hábitos, formando tipos vegetacionais que variam de florestas alagadas e áreas com pequenas ervas em solo de areia branca. “A gestão desse espaço é muito diferente do utilizado em outros ecossistemas da Mata Atlântica, pois seus gestores devem gerir os diferentes tipos de vegetação, além de lagoas, praias, canais e regiões pantanosas, em uma situação muito mais similar às regiões do Pantanal Mato-Grossense do que aquelas encontradas em outras Unidades de Conservação (UC) do Rio de Janeiro”, disse.
Rodrigo Lemes frisa ainda que “é importante destacar que a preservação de outras restingas do município, como a Restinga do Barreto (Parque Natural Municipal da Restinga do Barreto), e mesmo a existência de movimentos de conservação, como os da Restinga do Pecado, denotam que os macaenses desenvolveram um olhar diferenciado com relação a esse ambiente e que reconhecem a importância dessas áreas para a qualidade de vida da população. Em termos científicos, esses fragmentos urbanos colaboram para a conservação de ecossistemas únicos e servem de sítios temporários ou definitivos para que as espécies de restinga prosperem junto com as populações humanas”.
Dentre os principais desafios para as próximas décadas estão, difundir ainda mais a importância acerca da preservação da área; incentivar o uso público ordenado e consciente do parque; realizar a indenização dos proprietários de terra que ainda não receberam por suas terras; garantir a proteção da unidade e possibilitar atividades de educação ambiental e pesquisas científicas na área.