Esses dados sinalizam um momento crítico para o governo Lula, especialmente ao considerar o slogan enganoso de “União e Reconstrução” sob o qual se elegeu

Pesquisas recentes, realizadas por institutos como Quaest e Atlas, revelam um cenário desfavorável para Lula. A pesquisa da Quaest, por exemplo, aponta que 49% dos brasileiros acreditam que o país está seguindo uma direção equivocada, um número que ultrapassa os 43% que concordam com os rumos atuais. A Atlas, por sua vez, indica que 45,1% dos entrevistados avaliam o governo como ruim ou péssimo, contra 42,7% que o consideram ótimo ou bom. Esses dados sinalizam um momento crítico para o governo Lula, especialmente ao considerar o slogan enganoso de “União e Reconstrução” sob o qual se elegeu.

O recuo na aprovação do governo Lula é mais acentuado no Sudeste e no Sul, regiões que tiveram papel crucial na sua eleição. Comparando as eleições de 2018 e 2022, observa-se uma mudança significativa no apoio dos eleitores dessas regiões. Por exemplo, em São Paulo, a diferença entre Bolsonaro e o candidato petista em 2018 foi de quase 20%, enquanto em 2022, Lula ficou à frente por uma margem de 7%. Da mesma forma, em Curitiba, a vantagem de Bolsonaro sobre Haddad em 2018 foi reduzida em 2022. 

No entanto, a recente queda na aprovação evidencia uma desconexão entre as promessas de campanha e a percepção atual da população sobre o governo.

Questões econômicas e políticas têm contribuído para a deterioração da imagem do governo. A alta nos preços dos alimentos, dos combustíveis e das despesas básicas, como aluguel e contas de utilidades, pesam no cotidiano dos brasileiros. 

Ações do governo, como a cobrança de impostos em compras online internacionais e vetos a medidas econômicas, também reforçam a percepção de dificuldades financeiras. As escolhas do governo na política externa, como a postura na guerra Rússia-Ucrânia e no conflito Israel-Hamas, além do papel do Brasil em questões internacionais, têm sido alvo de críticas. Esses fatores, combinados com a alta expectativa pós-pandemia de melhoria das condições de vida, colocam o governo Lula em uma posição de desconfiança.