O pedido de destaque foi feito pelo ministro Alexandre de Moraes, retirando o caso do ambiente virtual onde vinha sendo analisado
Em uma movimentação recente dentro do Supremo Tribunal Federal, o processo envolvendo Eduardo Zeferino Englert, um dos acusados pelos atos do 8 de janeiro, será remetido para deliberação no plenário físico. O pedido de destaque foi feito pelo ministro Alexandre de Moraes, retirando o caso do ambiente virtual onde vinha sendo analisado. As ações penais, que apuram a invasão e vandalismo contra instituições federais, como o próprio STF, o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto, tiveram início no Supremo desde 13 de setembro, sendo processadas individualmente.
A Corte Superior enfrenta o desafio de julgar centenas de denúncias relacionadas aos eventos de início de ano. Das 1.345 acusações recebidas, uma expressiva parcela, totalizando 1.113, teve sua análise interrompida por determinação de Moraes, que aguarda uma avaliação da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre possíveis acordos com os réus. Para os casos restantes, 232 no total, que envolvem ilícitos mais severos, incluindo crimes como associação criminosa armada e tentativas de subverter a ordem democrática, o Supremo prossegue com os julgamentos.
Há discrepâncias entre os ministros quanto à dosimetria de algumas penas. Enquanto Moraes tem sustentado uma posição, Cristiano Zanin opõe-se quanto à extensão das penalidades para dois delitos específicos, propondo medidas mais brandas. Em um viés diferente, o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, votou pela absolvição de um dos crimes, diferenciando-o do ato de tentativa de golpe de Estado. Até o momento, a tendência do plenário tem sido de alinhamento com as posições de Moraes. No mais recente desfecho, em outubro, seis indivíduos foram sentenciados a penas significativas, ressaltando a gravidade dos atos perpetrados.