O novo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, tomou posse oficialmente do cargo nesta segunda-feira (2), durante cerimônia em Brasília. Em sua primeira fala pública à frente da pasta, já deu os primeiros indícios de que haverá mudanças significativas na política energética brasileira ao longo dos próximos anos. Especificamente falando sobre petróleo e seus derivados, o ministro anunciou que uma das metas do novo governo é a expansão da capacidade de refino do Brasil. Esse movimento de expansão do setor, segundo Silveira, contará com a participação de peso da Petrobrás – que nos últimos anos estava em uma direção contrária, vendendo refinarias e diminuindo sua presença nesse segmento.

É urgente ampliar e expandir nossas refinarias, levando-as para as regiões do país e modernizando as plantas. Nesse ponto, a Petrobrás na qualidade de vetor estatal de desenvolvimento setorial e de maior refinadora do país, terá naturalmente na expansão, conduzindo o processo e induzindo a adesão de novos agentes”, acrescentou.

Silveira destacou ainda que o Brasil, apesar de ser o maior produtor de petróleo da América Latina, ainda tem capacidade de refino deficitária. “Isso nos torna reféns da importação de derivados de petróleo e de gás natural, deixando o mercado nacional exposto às constantes oscilações internacionais de preço”, avaliou.

O novo líder da pasta defendeu ainda que é preciso implementar um desenho de mercado que promova a competição, mas que preserve o consumidor da volatilidade dos preços dos combustíveis. “É muito difícil explicar para o povo brasileiro que somos o paraíso dos biocombustíveis, que temos a riqueza do pré-sal, mas que [o consumidor] ficará inevitavelmente a mercê dos preços da commodities internacionais”, acrescentou. “Precisamos exercitar nossa criatividade e pensar em soluções que funcionem para os investidores, mas em especial para o povo brasileiro”, emendou o ministro.

Por fim, Silveira falou ainda que vai trabalhar pela disseminação e bom aproveitamento do gás natural. Ele lembrou que apenas 52% do gás natural produzido no país é aproveitado, perdendo-se o resto com reinjeções e queimas. “Mesmo assim, continuamos importadores de GNL a preços estratosféricos. Esse caminho de valorização de nosso gás passa antes de tudo pela democratização do acesso para toda a cadeia industrial e para as residências do nosso país”, concluiu.