De janeiro a junho deste ano, a segurança pública registrou 66 homicídios contra 43 no mesmo período do ano passado, um aumento de 53%. Para a Civil crime está ligado ao tráfico de drogas
Em Macaé, novas ações de enfrentamento a criminalidade foram adotadas com o crescente índice de violência na cidade, mesmo durante o isolamento social. O efetivo policial foi reforçado e a cidade conta com um novo delegado com forte atuação na divisão de homicídios: crime que mais cresceu no primeiro semestre de 2020 em Macaé.
Os dados são alarmantes e mesmo com o isolamento social, causado pela pandemia do novo coronavírus os homicídios dispararam nos primeiros seis meses.
Confronto entre polícia e traficantes rivais se tornou corriqueiros em diversas comunidades e bairros vizinhos dominados pelo tráfico. Os dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) do Rio, revelam que no primeiro semestre deste ano, foram 66 assassinatos, número 53% maior do que o registrado no mesmo período de 2019, quando ocorreram 43 homicídios.
Para o advogado criminalista, François Pimentel, a tendência é que a violência aumente a cada ano e que se o Estado não investir na Segurança Pública, a sociedade vai ficar a mercê da criminalidade.
Os crimes não têm hora para acontecer e os moradores das comunidades macaenses ficam em meio ao fogo cruzado. De fevereiro até o mês de julho, mais de 40 confrontos entre traficantes rivais foram registrados na 123ª DP de Macaé.
Segundo a Polícia Civil, a maioria dos homicídios ocorre durante os confrontos entre traficantes e a motivação é quase sempre a mesma: a disputa por território para o tráfico de drogas.
O delegado titular de Macaé, Evaristo Magalhães, existe um grupo entre duas facções rivais na cidade que a ordem é executar os integrantes para enfraquecer o ponto de vendas de drogas no município.
“Esses ataques estão ligados diretamente quando um traficante sai de uma facção e migra para outra. É como se fosse uma ‘empresa’ e na outra facção o criminoso é ‘recrutado’ e a ordem é matar o ex-comparsa com que ele ‘trabalhava’ na boca de fumo”, explicou Evaristo.
O novo delegado que assumiu à 123ª DP de Macaé no dia 27 de abril, afirma que novas medidas serão tomadas em breve para estancar a criminalidade de modo geral e que em menos de três meses na cidade ele já fez a ‘leitura’ dos crimes e das comunidades dominadas pelo tráfico. Evaristo esteve à frente da Delegacia de Homicídios na Baixada Fluminense por 5 anos e garante que o trabalho feito em combate ao crime na capital será colocado em prática em Macaé.
Enquanto os homicídios aumentaram, de janeiro a junho, o índice de roubos na cidade teve queda de 41%, segundo dados do ISP, que afirma que no primeiro semestre deste ano, foram 451 contra 763 no mesmo período do ano passado.
Diante dos índices, o 32º BPM de Macaé, recebeu o reforço de 29 policias militares, que vieram da capital, para atuar nas áreas em que a mancha criminal é mais expressiva.
Para o cientista Político, Júlio Boldrini, afirma que apenas o aumento do efetivo policial, não é o suficiente para reduzir as taxas de violência na região. “Não basta ser uma política pública pra segurança, os agentes precisam estar preparados, munidos com armamento adequado, pois os traficantes possuem armas de grande porte”, disse Júlio, que reitera que só com a integração das políticas públicas será possível reduzir os índices de violência.