A menção à possibilidade de uma “eleição fraudada” e a expressão de uma vontade de proteger a democracia refletem uma preocupação com a lisura do processo eleitoral

Em meio às investigações conduzidas pelo STF sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados, uma frase ganha destaque: “Nós não podemos é perder a Democracia numa eleição fraudada”. Esta declaração, proferida por Bolsonaro em uma reunião em 5 de julho de 2022, ressalta a preocupação do então presidente com a integridade do processo eleitoral, sem, contudo, indicar a inequívoca execução de medidas antidemocráticas.

A operação “Tempus Veritatis”, deflagrada em 8 de fevereiro de 2024, busca investigar acusações de Golpe de Estado. No entanto, as evidências divulgadas até agora, incluindo transcrições de vídeos, não demonstram qualquer ação concreta de Bolsonaro que configure uma tentativa de golpe de Estado. 

A investigação foca em declarações e ações questionáveis, mas a ênfase na defesa da democracia, como evidenciado pela frase destacada, sugere uma interpretação diferente das intenções do ex-presidente.

A menção à possibilidade de uma “eleição fraudada” e a expressão de uma vontade de proteger a democracia refletem uma preocupação com a lisura do processo eleitoral, e não são acompanhadas por provas de irregularidades. 

As medidas judiciais tomadas contra Bolsonaro e seus aliados, incluindo a entrega obrigatória de passaportes, são baseadas em acusações que ainda carecem de evidências conclusivas de qualquer tentativa de subversão democrática.

Até o momento, a investigação não apresentou provas irrefutáveis que vinculem diretamente Bolsonaro a um plano de golpe de Estado. A declaração sobre a importância de não perder a democracia por meio de uma eleição potencialmente fraudada destaca-se como um apelo à vigilância eleitoral, mais do que uma evidência de ação ilegal.