Companhia desenvolverá estudos para produção de hidrogênio verde no complexo industrial

A Neoenergia e a Prumo, holding controlada pela EIG, assinaram um MoU (memorando de entendimento) para o desenvolvimento de estudos para a produção de H2 (hidrogênio verde) no Porto do Açu, no norte do Rio de Janeiro.

O acordo também contempla a realização de pesquisas para a geração eólica offshore naquela região do litoral fluminense, incluindo aspectos socioeconômico, ambientais, cadeia de suprimentos e logística do complexo industrial e portuário.

anúncio foi feito nesta quinta-feira (29), durante a sessão “Desenvolvimento do mercado de geração de energia eólica offshore no Brasil – desafios e oportunidades”, na 20ª edição da Rio Oil &Gas, maior evento de óleo e gás da América Latina.

“O Brasil continuará demandando fortes investimentos no setor de energia nos próximos anos. Temos plena capacidade de gerar valor para o mercado brasileiro”, disse Eduardo Capelastegui, CEO da Neoenergia.

“A expansão do portfólio de renováveis reforça o nosso compromisso com a descarbonização, a inovação e o desenvolvimento de tecnologias renováveis”, afirmou.

Laura Porto, diretora-executiva de Renováveis da Neoenergia, também participou do evento e comentou que a Neoenergia tem como foco o desenvolvimento de uma carteira de projetos renováveis eólicos e fotovoltaicos.

Além disso, enfatizou que a companhia visa a capacitação de equipes e parcerias estratégicas para a viabilidade de geração eólica offshore e desenvolvimento de projetos-pilotos de H2.

“O Porto do Açu tem uma condição de infraestrutura privilegiada para o desenvolvimento de um hub de consumo de energia que fomentará tanto a produção de hidrogênio verde quanto a necessária energia renovável para a sua produção”, destacou Hugo Nunes diretor-executivo de Liberalizados da Neoenergia.

“A descarbonização da indústria gera demanda por energia elétrica renovável em detrimento da utilização de combustíveis fósseis”, acrescentou.

Portanto, pelo acordo, os projetos podem ter sinergia com a infraestrutura portuária tanto na fase de instalação, por servir como área de apoio para a fabricação e estocagem dos materiais, quanto na de operação, permitindo o atracamento de embarcações especiais.

Rogério Zampronha, CEO da Prumo, que mediou a palestra durante o evento, destacou os diferenciais do Porto do Açu: “A Prumo entende a transição energética como necessidade desde a implantação do Porto.

“Este é o único empreendimento portuário no país capaz de fomentar a industrialização de baixo carbono desde o princípio, porque além da retroárea disponível e infraestrutura de classe mundial, conta com ótima localização, sendo o melhor local para instalar bases logísticas para eólicas offshore”, reforçou.

Atualmente, o Porto do Açu se projeta como área no litoral brasileiro que reúne uma das melhores condições de vento para a instalação de eólicas offshore, com grandes players mundiais interessados em instalar projetos na costa contígua.

“Hoje já temos 2,4 GW de projetos de energia renovável em desenvolvimento, entre plantas de H2, solar e eólica offshore, que atuarão em sinergia. O Porto está localizado em uma área de influência com potencial de 30 GW de geração em projetos de eólica offshore em licenciamento no Ibama”, disse Mauro Andrade, diretor de Novos Negócios da Prumo.

“Isso nos torna uma plataforma para a industrialização de baixo carbono, com memorandos assinados também para o desenvolvimento de plantas para hidrogênio verde e energia fotovoltaica, todos atuando e sinergia, como prevê o projeto da Neoenergia”, explicou.

Outros acordos

Além do novo acordo com a Prumo, a Neoenergia já assinou memorandos de entendimento com os governos de Pernambuco, do Ceará e do Rio Grande do Norte para o desenvolvimento de H2.

Já com o governo do Rio Grande do Sul assinou para o desenvolvimento de plantas de hidrogênio verde e estudos para a geração eólica em alto-mar no litoral gaúcho, no parque offshore Águas Claras.

Produção de H2 no Brasil

As condições são amplas para o Brasil se tornar protagonista na produção de hidrogênio verde para atendimento à demanda interna e exportação.

Atualmente, o país tem 83% da matriz elétrica baseada em fontes renováveis, de acordo com a EPE (Empresa de Pesquisa Energética). A expectativa é de expansão do segmento com o desenvolvimento de novas tecnologias como a eólica offshore.

O CNPE (Conselho Nacional de Política Energética) do Brasil, em fevereiro de 2021, apontou o H2 como um dos temas prioritários para pesquisa e desenvolvimento no país.

Por Canal Solar