A simplificação dos conflitos complexos em narrativas maniqueístas é um fenômeno recorrente no mundo virtual

O conflito entre Israel e Palestina, que há décadas assola a região, é mais do que um choque de territórios e ideologias. É uma triste narrativa de perdas humanas, onde vidas são ceifadas e famílias são destruídas. No entanto, mesmo em face dessas tragédias, observamos uma tendência preocupante: o negacionismo da esquerda brasileira ao defender os ataques terroristas do Hamas contra Israel. Essa postura, que justifica a morte de civis israelenses como “resistência”, é um exemplo claro de como a polarização política obscurece o valor da vida humana.

A simplificação dos conflitos complexos em narrativas maniqueístas é um fenômeno recorrente no mundo virtual. No entanto, ao adotar uma visão unilateral e desumanizada do conflito israelo-palestino, alguns setores da esquerda brasileira ignoram a realidade intricada do cenário, apagando o sofrimento e morte de idosos e crianças israelenses inocentes. Ao rotular todos os judeus israelenses como “colonizadores”, essa abordagem nega não apenas a diversidade da população judaica, mas também seu direito à autodeterminação e a uma existência pacífica em sua terra natal.

O cerne do problema reside na desumanização das vítimas, alimentada pelo antissemitismo. Ao enxergar os judeus israelenses como uma entidade abstrata de opressão, alguns grupos de esquerda brasileira justificam o sofrimento infligido sobre eles, perdendo de vista a humanidade por trás dos números. Esse tipo de mentalidade, que celebra a morte dos supostos “opressores”, não apenas perpetua o ciclo de violência, mas também nos coloca diante de uma questão ética crucial: até que ponto estamos dispostos a tolerar a banalização do mal em nome de nossas convicções políticas?

No Brasil, onde estamos distantes fisicamente do conflito, é fácil para alguns adotar uma postura condescendente em relação à tragédia alheia. No entanto, devemos lembrar que cada vida perdida, seja de um palestino ou de um israelense, é uma perda irreparável para suas famílias e comunidades. A verdadeira construção de uma sociedade justa e pacífica exige que reconheçamos a humanidade em todos os envolvidos, rejeitando a desumanização e o ódio que apenas perpetuam o ciclo de violência. Enquanto buscamos um mundo melhor, precisamos nos questionar se estamos verdadeiramente construindo um futuro onde a vida humana, em todas as suas formas, seja valorizada e protegida.