No mês das mães, três empresárias campistas vão discutir os desafios em se conciliar a maternidade com a vida profissional

No mês das mães, o grupo “Mulheres na Indústria do Norte Fluminense” vai debater um dos grandes desafios das profissionais e mães: como conciliar a carreira com a maternidade – numa realidade que, segundo pesquisa do IBGE, faz as mulheres dedicarem 10,4 horas a mais do que os homens nos afazeres domésticos? Este será o centro das discussões do evento gratuito e aberto ao público que acontece na próxima terça-feira (17/05), às 18h, na sede da Firjan Norte Fluminense (Rua Bruno de Azevedo, 37, Parque Tamandaré, no prédio da representação regional da federação).

“Eu, que sou mãe novamente há pouco, estou experimentando esse momento numa nova realidade da nossa sociedade, e por isso posso dizer que os desafios permanecem de forma ainda mais urgente. As tecnologias transformaram a nossa rotina e temos a impressão de que o tempo está cada vez mais curto, porém com a mesma dupla jornada que sempre tivemos. Daí a importância desse encontro”, destacou Monalisa Crespo, coordenadora do grupo, vice-presidente do Sindicato do Vestuário do Norte Fluminense (SindVest) e conselheira da Firjan Norte Fluminense.

Na mesa de debate estarão três mães e empresárias campistas para discutir rotinas, métodos e anseios diante dos obstáculos que o dia a dia impõe ao cotidiano já tão acelerado dos tempos atuais. Entre elas estão a publicitária, jornalista e empresária Alessandra Ribeiro; a também jornalista Juliana Lima, diretora de comunicação do IFF e empresária do ramo alimentício; e Julie Gomes, psicóloga e fundadora do instituto SEJA, que vai buscar suavizar o papel da mulher na sociedade.

“Nós não precisamos ser perfeitas. É preciso que a gente aprenda a lidar com as nossas imperfeições e admita as possibilidades de erros”, destacou Julie.

Já Alessandra, mãe de uma menina de 7 anos, conta que, apesar de ter ajuda para os afazeres do dia a dia, buscar dividir seu tempo para não “terceirizar” a criação da filha.

“Conversamos muito para entender o dia dela, o que pensa e sente. E sempre que posso a levo para alguns compromissos da minha rotina, quando existe algo que ela possa também se interessar e se divertir. Tudo para ganhar mais tempo com ela”, afirma Alessandra.

Juliana Lima acrescenta que o fundamental é ter planejamento e, claro, uma rede de apoio.

“O fato de eu ser dona do meu próprio negócio me ajuda a organizar e dividir melhor o tempo – e o que mais me atrai no mundo do empreendedorismo é essa possibilidade. Mas a rede de apoio é fundamental, sem isso fica impossível fazer tudo”, conta Juliana.

Mais trabalho desde cedo

Uma pesquisa do IBGE realizada em 2019 identificou que as mulheres dedicavam 21,4 horas por semana aos afazeres domésticos e ao cuidado com pessoas – a maioria crianças –, enquanto os homens registraram a média de 11 horas. Índice que pouco mudou nos últimos anos: se em 2019 essa diferença era de 10,4 horas, em 2016 era de 9,9.

A pesquisa também identificou que esta desigualdade começa (e é ainda mais acentuado) desde a juventude. No grupo de 14 a 24 anos, 67,8% dos homens faziam algum trabalho doméstico, contra 86,4% das mulheres. Em 2016, o índice era de 59,5% e 83,4%, respectivamente.