Confusão registrada dentro do colégio eleitoral durante a eleição para Conselho Tutelar, em Macaé - Foto Reprodução / vídeo 

Agentes realizaram diligências na manhã desta terça-feira (8), na Escola Municipal Maria Izabel Damasceno, um dos locais de votação

A definição dos novos 15 conselheiros tutelares de Macaé ainda não acabou. Passado o processo eleitoral, começa nova etapa que pode modificar a lista dos eleitos: a investigação de condutas ilícitas durante o pleito. Agentes do Ministério Público, com apoio do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) visitaram uma das unidades de ensino que serviu como local de votação no último domingo (6), a Escola Municipal Maria Izabel Damasceno, localizada no Centro da cidade.

A diligência tem como objetivo vistoriar o local que serviu como seção eleitoral e ter acesso às imagens de câmera de circuito interno da escola para tentar identificar possíveis autores de crime eleitoral, como boca de urna, compra de votos e outros tipos de fraudes. A partir daí, os promotores vão analisar as imagens e decidir se haverá impugnação de eleitos e suplentes ou se a eleição será cancelada, onde mais de 9 mil eleitores compareceram às urnas.

Um grupo de candidatos que não foi eleito também diz preparar denúncia contra a organização do pleito. A expectativa é que até o fim de semana, o grupo disponibilize aos promotores os relatórios com as infrações detectadas. Para que a população pudesse reconhecê-los, boa parte das pessoas estava uniformizada e identificada com nome de candidatos para o Conselho Tutelar. Ainda assim, houve quem, dentro das escolas, formasse aglomeração que configura campanha eleitoral.

Na tarde de terça-feira (8), a redação do jornal O DEBATE recebeu vários vídeos e fotos que comprovam desorganização no ato da votação, confusão entre eleitores, onde uma mulher com filho no colo reivindica prioridade, e um dos agentes da Polícia Militar tenta apaziguar o atrito.
O fim da ‘gota d’água’ se deu por volta da meia noite de segunda-feira (7), quando uma das urnas que era da Escola Maria Izabel Damasceno tinha mais cédulas que votantes. A urna foi acautelada pelo Promotor da Infância e Juventude e os votos não foram contabilizados.
Há registro de pessoa já eleita, mas com a manutenção do resultado, ameaçada por suspeita de compra de votos.

Nas redes sociais a população denuncia diversas irregularidades vistas durante o pleito. Muitos chegaram a enumerar o crime eleitoral tais como, boca de urna escancarada e pessoas uniformizadas; utilização de transporte para eleitores; compra de voto com o oferecimento de vantagens; apoio aberto de líderes religiosos através da mídia social e nas igrejas; documentação incompleta – Inúmeros eleitores votaram em muitas seções com apenas o titulo de eleitor, sem nenhum documento com foto; poucas salas/filas enormes – número insuficiente de salas de votação para mais de nove mil eleitores, entre outros.
Os 15 novos eleitos deverão tomar posse no dia 10 de janeiro de 2020, para um mandato de quatro anos. Até lá, as investigações podem modificar a lista de quem está apto a cuidar dos direitos de crianças e adolescentes.