Corpo do fundador da Amac, Marcos Vieira Passos, foi sepultado na tarde do último domingo (25) - Wanderley Gil 

Corpo foi sepultado sob forte comoção, na tarde de último domingo (25), às 15h, no Cemitério Memorial Mirante da Igualdade

Foi sepultado, na tarde do último domingo (25), às 15h, o corpo do fundador da Associação Macaense de Apoio aos Cegos (Amac), Marcos Vieira Passos, de 72 anos, no Cemitério Memorial Mirante da Igualdade. Vários amigos, parentes e autoridades, consternados acompanharam o cortejo do homem que marcou a História da Solidariedade em Macaé.

Marcos Passos já teve vários Acidentes Vascular Cerebral (AVC) e faleceu na tarde de último sábado (24).

As histórias dele junto com a Amac se confundem. Após ter sofrido acidente automobilístico em 11 de abril de 1990, Marcos foi acometido com a cegueira total. No mês de setembro do mesmo ano, teve os primeiros contatos com a escrita e a leitura em Braille, na Escola Estadual Matias Neto.

Relacionando-se com os demais deficientes visuais, observou a carência deles por falta de apoio da família, de um local onde pudessem se desenvolver profissionalmente, culturalmente e adquirir recursos financeiros para a sua subsistência, além da necessidade de se integrar à sociedade. Observou que os deficientes não tinham a mínima perspectiva de vida, sentindo-se totalmente alijados do convívio social.

Assim, funcionário concursado das Centrais Elétricas Fluminense – CELF (hoje ENEL), onde exerceu alguns cargos de chefia, Marcos Passos fundou, em 25 de fevereiro de 1991, a Associação Macaense de Apoio aos Cegos – AMAC.

A princípio, foi considerada uma atitude necessária para proporcionar a outros deficientes, assistência da qual todos necessitavam mas não encontravam apoio.

Aposentou-se da CERJ em 1992. Em 30 de outubro de 1993 idealizou e fundou, na cidade de Casimiro de Abreu, a Associação Casimirense para Integração dos Cegos. No ano de 1999 foi eleito Presidente do Conselho Brasileiro para o Bem-Estar dos Cegos.

A Associação Macaense de Apoio aos Cegos – AMAC, ganhou grande projeção na gestão do ex-prefeito Sylvio Lopes Teixeira, de quem recebeu incentivos para atingir seu objetivo que era a construção de uma sede planejada para proporcionar aos cegos da região, todo tipo de assistência possível, sempre mirando na modernidade das ações. Homenageou muitas pessoas que entenderam o seu recado e apoiaram sua iniciativa, como também sempre era lembrado recebendo de várias instituições macaenses nobres homenagens.

Marcos Passos foi condecorado com a Medalha Tiradentes e Título Benemérito do Estado do Rio de Janeiro, honraria máxima concedida pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro. E em 2010, ele recebeu o Prêmio Betinho Atitude Cidadã por seus trabalhos reconhecidos à frente da Amac.