A avaliação é de adversários políticos e também de aliados do ex-juiz da Lava Jato e ex-ministro da Justiça, para os quais há uma tendência desfavorável a Moro no TRE

O risco de derrota na Justiça do Paraná é enfrentado pelo senador Sergio Moro (União Brasil-PR), réu em uma ação de investigação judicial eleitoral por suspeita de abuso de poder econômico na pré-campanha das eleições de 2022. Essa avaliação desfavorável a Moro no Tribunal Regional Eleitoral do estado é compartilhada tanto por seus adversários políticos como por aliados do ex-juiz da Lava Jato e ex-ministro da Justiça. A fase atual do processo consiste na produção de provas, em que são apontadas irregularidades na pré-campanha, assim como gastos eleitorais acima dos limites estabelecidos pela lei.

Para a disputa pelo Senado do Paraná, o limite de gastos era de R$ 4,4 milhões, porém Moro declarou ter gastado R$ 5,2 milhões, de acordo com informações do site do Tribunal Superior Eleitoral. O senador nega qualquer irregularidade. No entanto, o clima favorável que antes era apontado para o ex-juiz federal mudou após a posse de três novos integrantes do tribunal em 5 de julho. A substituição de membros do TRE levou à designação de um novo relator do caso, o desembargador D’ Artagnan Serpa Sá, que é descrito como capaz de resistir à pressão de apoiadores de Moro.

No mesmo contexto político, o Tribunal Superior Eleitoral cassou, por unanimidade, o registro da candidatura e o mandato de deputado federal de Deltan Dallagnol (Podemos-PR), ex-coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba. A ação contra Deltan foi motivada por uma representação da Federação Brasil da Esperança (PT, PC do B e PV) e do PMN, que argumentaram que ele não poderia ter deixado a carreira de procurador da República para ingressar na política devido a processos disciplinares em curso no CNMP. Tanto Deltan quanto Moro são acusados de utilizar a Lava Jato e o sistema judicial para se promoverem politicamente.

Moro também enfrenta a lista de gastos questionáveis feitos pelo Podemos e pela União Brasil durante a campanha eleitoral de 2022, incluindo a contratação de empresas registradas em nome de seu suplente, o que poderia configurar caixa 2. O advogado Gustavo Guedes, defensor de Moro, nega irregularidades e confia em um resultado técnico, enquanto o senador preferiu não se manifestar pessoalmente. Caso perca o mandato, haverá uma intensa disputa entre políticos paranaenses, incluindo Ricardo Barros e a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann, para a eleição suplementar ao Senado.

Por portal Novo Norte