Área situada próximo a escola e residências é utilizada há anos como local de descarte clandestino
Quando não há fiscalização, não há lei que prevaleça. É isso que acontece quando se trata do descarte irregular em Macaé. E o resultado já é conhecido por todos na cidade: calçadas, terrenos e até áreas públicas transformados em lixões.
Essa semana o jornal O DEBATE traz como exemplo o pequeno lixão situado em um terreno no Jardim Aeroporto. Os moradores do entorno alertam, inclusive, para a proximidade dele com uma escola.
O problema nessa grande área não é novo. Não é de hoje que o jornal vem denunciando o caso. A reportagem mais recente no local foi no início do ano. Na última visita, a nossa equipe de reportagem encontrou uma grande quantidade de lixo e restos de móveis.
Parte dos resíduos foram queimadas, gerando uma forte fumaça tóxica.
“Isso acontece frequentemente. A gente já não sabe mais o que fazer ou a quem recorrer. O lixão não tem uma solução. Limpam e voltam a jogar aqui, pois sabem que não tem fiscalização. Para piorar ainda mais a situação, ainda ateiam fogo, gerando essa fumaça.
Fica insuportável. Temos que trancar a casa. Minha filha tem bronquite e sofre quando isso acontece”, diz uma moradora, que pede sigilo do nome. Além da incineração, parte dos resíduos acabam acumulando água da chuva. No local sempre formam-se bolsões, o que pode gerar outro problema grave: a proliferação do Aedes aegypti. “Essa água fica parada por dias, mesmo com sol. Ficamos com medo porque essa época do ano tende a chover mais e o calor forte acabam se tornando uma junção perfeita para o mosquito se proliferar”, alerta a moradora.
Assim como ela, o jornal O DEBATE vem desde 2013 acompanhando esse caso. Desde então, nada mudou. Em Macaé, a Lei nº 3.371/2010 proíbe o descarte de lixo doméstico, industrial, hospitalar ou entulhos nos logradouros públicos da cidade. Apesar de ter sido sancionada há oito anos, até hoje ela não foi realmente colocada em prática.
O descarte irregular resulta em vários problemas. Ele se torna favorável ao surgimento de zoonoses como ratos, mosquitos e baratas. Esses animais geralmente se reproduzem nesse tipo de ambiente. No caso dos roedores, além dos transtornos, eles são hospedeiros de graves doenças como a leptospirose.
Além disso, por ser clandestino, e não contar com sistema de tratamento de efluentes líquidos, como chorume, por exemplo, o lixo acaba se tornando uma ameaça também ao meio ambiente, uma vez que pode contaminar o lençol freático.