População diz que algumas coisas foram feitas, no entanto, pendências antigas continuam na promessa
Nos últimos anos, a equipe de Bairros em Debate visitou o Jardim Vitória inúmeras vezes. Ao longo desse tempo, os moradores sempre relataram os mesmos problemas, muitos deles questões que poderiam ser solucionadas rapidamente.
O estado de abandono deixa quem vive ali indignado, e questionam o poder público onde o dinheiro pago em impostos é usado, uma vez que as melhorias raramente chegam até a área, considerada nobre.
Apesar disso, eles reconhecem que alguns pedidos foram atendidos. No entanto, os moradores relatam que ainda há muito a ser feito. “Algumas coisas foram feitas, mas tem pendências que estão há muito tempo sendo prometidas, mas nunca atendidas de fato”, diz o morador João Paulo.
Manutenção das ruas
Após diversas reclamações, há alguns meses a prefeitura chegou a contemplar boa parte do bairro com o serviço de “tapa-buraco”. Contudo, os moradores dizem que a medida paliativa é a única coisa que o poder público faz e, que apesar de amenizar os transtornos gerados pelos buracos, a qualidade do serviço é sempre questionável.
“Não sei qual tipo de material utilizam, mas toda vez que chove os buracos voltam. Tem ruas que foram atendidas e já estão esburacadas. O ideal seria fazer o recapeamento, igual tem sido feito em outros bairros, como o Novo Horizonte e Campo d’Oeste, por exemplo”, sugere o morador.
Mas se está ruim onde recebeu o serviço, trechos “esquecidos” pelo poder público estão ainda piores. Na região próxima ao ponto final do ônibus o asfalto nem existe mais. “Enquanto ruas pavimentadas na cidade recebem asfalto novo, aqui nem isso tem. Está horrível para passar, principalmente quando chove, que forma poças de lama. Pavimentação não existe mais aqui”, relata.
Lixões ainda são realidade
Por muito tempo o Jardim Vitória era conhecido como o lixão de Macaé. Isso porque uma enorme área na parte II do loteamento foi transformada em um ponto clandestino de descarte de tudo que se possa imaginar. Desde lixo doméstico, a entulhos, móveis velhos, resíduos de empresas, carros abandonados e até mesmo animais mortos.
Em alguns momentos, o local chegou a ser cercado com o objetivo de coibir a prática ilegal, mas nem mesmo isso surtiu efeito por muito tempo.
Da última visita, há quatro meses, até agora, a situação foi amenizada. Apesar de ainda ter lixo no local, moradores contam que a limpeza vem sendo feita. “Não sei quem está limpando, mas acredito que seja a prefeitura. O problema é que é enxugar gelo. Eles limpam e as pessoas continuam jogando. O pior que a maioria vem de fora. Recentemente abriram a entrada para a Estrada Santa Mônica, o que favorece o acesso dos infratores sem precisar passar por dentro do bairro. Jogam lixo aqui seja dia ou noite, não estão nem aí. É um total desrespeito”, diz o morador Silvio.
Uma moradora, que vive a poucos metros do local, conta que o ideal seria isolar novamente a área. “Infelizmente em Macaé as coisas acontecem impunemente. Não basta apenas a prefeitura vir e limpar, ela precisa ser mais rigorosa quanto a lei municipal que se refere ao descarte irregular. As pessoas só vão passar a respeitar quando doer no bolso delas. Enquanto isso, a gente sugere que o acesso ao local seja interditado novamente”, enfatiza ela, que pede sigilo do nome.
Moradores cobram cobertura em pontos
Na teoria, utilizar o transporte público traz benefícios para o meio ambiente e melhora a questão da mobilidade urbana, uma vez que há redução de veículos nas ruas da cidade. Mas na prática, a falta de infraestrutura ainda deixa muitos cidadãos insatisfeitos.
Quem depende desse meio para se locomover pela cidade diz que os transtornos muitas vezes começam bem antes de pegar o ônibus.
A falta de pontos de ônibus adequados vem sendo alvo de reclamações dos cidadãos não é de hoje. Enquanto a prefeitura desperdiça dinheiro em “terminais integrados”, na Praça Veríssimo de Melo, no Centro, que não tem muita funcionalidade para os cidadãos, em outros bairros a população não conta nem com o básico de infraestrutura.
Isso tem acontecido no Jardim Vitória. Um dos locais fica na Rua Athos Duboc. “As pessoas ficam 30, 40 minutos debaixo de sol e chuva, porque não tem um local adequado para aguardar o ônibus. Já pedimos isso várias vezes, mas não atendem a gente não sei por quê”, questiona Silvio.
Em outubro de 2017, a prefeitura disse que a secretaria de Mobilidade Urbana estaria realizando um levantamento para a compra de 100 abrigos, que seriam instalados por toda cidade, inclusive, no local em questão. Até o momento, o bairro não foi contemplado.
Loteamentos não contam com áreas de lazer
Quando se trata de lazer, que é um direito de cada cidadão, os loteamentos Jardim Vitória I e II deixam muito a desejar. A população ressalta a inexistência de praças. Enquanto isso, crianças e jovens brincam pelas ruas, situação que pode ser perigosa, dependendo do lugar.
Em 2015, a prefeitura disse que ainda estava fazendo um levantamento das demandas em toda a cidade. Quando o estudo fosse finalizado e os processos licitatórios concluídos, as obras começariam a ser feitas, beneficiando diversas áreas do município, inclusive o Jardim Vitória. Passou o tempo e a promessa não foi cumprida.
Já em 2016 ela ressaltou que a secretaria de Obras não tinha ainda um projeto para construção de uma área de lazer no bairro.
O que diz a prefeitura
Procurada, a secretaria de Obras informou que há ruas previstas para serem urbanizadas no bairro Jardim Vitória. Quanto ao recapeamento, a previsão é que nos próximos meses seja retomado.
Já a secretaria Municipal de Mobilidade Urbana diz que o processo licitatório dos novos abrigos de ônibus encontra-se em fase de conclusão, assim que for finalizado, será feita a instalação no bairro.
Por fim, a secretaria de Infraestrutura explicou que o trabalho de manutenção é continuo no município. Diante da reclamação, a secretaria vai enviar equipe ao local até a próxima semana, para realizar as ações necessárias. Porém, o recomendado é que o morador ou presidente da associação de moradores faça a solicitação/reclamação na sede da secretaria (Barracão), localizado na Rua Marechal Rondon, 390, no bairro Miramar. Dessa forma, o cidadão estará colaborando com o poder público na manutenção diária do município. O serviço de cata-bagulho funciona normalmente e a solicitação deve ser realizada também por meio da Secretaria de Infraestrutura, no telefone 2772-7400.
