A decisão estratégica de Lula em adiar esta escolha para 2024 busca evitar tensões desnecessárias nas relações entre os poderes Executivo e Legislativo no atual contexto político

A nomeação do próximo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) é uma decisão crucial que o presidente Lula planeja tomar apenas no início do próximo ano. Fontes próximas ao presidente revelam que a escolha tende a favorecer Jorge Messias, um nome que se destaca pela sua discrição e que já conta com apoio significativo, inclusive de membros da oposição. A decisão estratégica de Lula em adiar esta escolha para 2024, conforme apurado por O Antagonista, busca evitar tensões desnecessárias nas relações entre os poderes Executivo e Legislativo no atual contexto político.


Com a iminente indicação de Paulo Gonet, atual vice-procurador-eleitoral, para a Procuradoria Geral da República (PGR), o presidente Lula pretende concentrar suas atenções na seleção do próximo membro do STF. Informações obtidas por O Antagonista apontam que a nomeação de Gonet, que pode ser anunciada já na próxima semana, é vista como quase certa. Esta escolha é considerada um passo importante para o governo, como destaca a coluna do Estadão, que só vê a possibilidade de uma reviravolta nesse cenário.


A estratégia de Lula ao adiar a nomeação de um novo ministro para o STF até o próximo ano se deve ao receio de tensionar as relações com o Legislativo, particularmente com figuras-chave como Davi Alcolumbre, presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Aliados do presidente expressam preocupações com as dificuldades que podem surgir na aprovação simultânea das duas indicações, lembrando os atrasos na sabatina de André Mendonça, indicado por Jair Bolsonaro, orquestrados por Alcolumbre. A escolha de Messias, um perfil mais discreto, é vista como uma manobra para evitar conflitos políticos e garantir uma transição suave nas nomeações.