Proposta de desestatização não impedirá execução de projeto aguardado há anos
Um comunicado emitido pelo Ministério dos Transportes para a Infraero na última terça-feira (24) garantiu a liberação das obras de reforço da pista do Aeroporto de Macaé, que dentro de um ano terá capacidade para receber aeronaves do porte comercial, que operam hoje na rota dos principais aeroportos regionais do país.
Na manhã de sexta-feira (27), a superintendência do Aeroporto, junto as equipes responsáveis pela navegação aérea e todo o sistema operacional de movimentação de aeronaves, se reuniu com a equipe de engenharia e a diretoria da empresa, de Minas Gerais, que venceu o processo licitatório para a execução das obras, homologado em dezembro do ano passado pela Infraero.
Com a autorização do Ministério dos Transportes, agora a equipe da superintendência do Aeroporto prepara o planejamento de logística de voos, que ocorrem atualmente na base macaense, tema da reunião realizada na sexta, no Aeroporto.
Esse planejamento, que adequará as operações de pousos e decolagens dos helicópteros que atendem hoje aos voos offshore, precisará ser remetido a ANAC (Agência Nacional da Aviação Civil), que deverá emitir autorização para permitir a logística dos voos, de acordo com o andamento das obras.
De acordo com o superintendente do Aeroporto, João Pedro Aparecido Romano, o planejamento, a análise e a liberação da ANAC devem ocorrer dentro de 30 dias. “Acreditamos que as intervenções na pista comecem a ser realizadas a partir de junho”, disse Romano.
Além do planejamento da logística de voos, a superintendência da Infraero junto a equipe da empresa responsável pelo projeto, promoverá outras medidas técnicas, como o credenciamento dos operários que irão trabalhar nas intervenções da pista, assim como dos equipamentos e veículos necessários ao projeto.
A obra
O projeto, orçado em R$ 25,4 milhões, elevará o PCN (Paviment Classification Number) da pista. Essa padronização internacional determina as normas de segurança para as operações de aeronaves.
Atualmente o PCN da pista do Aeroporto de Macaé tem a classificação 7, número que não atende mais as demandas necessárias de segurança para as operações de aeronaves que atuam nas rotas regionais.
Com as intervenções, o PCN da pista subirá para a 19, permitindo assim a operação de aviões modelo ATR 72, que possui a capacidade de 70 passageiros, e que integram hoje a frota de empresas como a Azul, que já operou em Macaé, e a Passaredo.
“Durante o processo de preparação da licitação das obras, entramos em contato com a Azul para saber quais eram as necessidades da companhia para voltar a operar na cidade. E essas obras atendem a demanda”, disse Romano.
Além da elevação do PCN, o projeto prevê ainda o alargamento dos acostamentos, a implantação de lâmpadas led na sinalização de balizamento, a implantação da sinalização vertical e a pintura total da pista. A previsão é que as obras sejam concluídas dentro de um período de um ano.
Aguardada há anos, as obras de reforço estrutural da pista do Aeroporto de Macaé foram licitadas no ano passado pela Infraero, através da Secretaria Nacional da Aviação Civil.
O procedimento teve origem na sequência de licitações encaminhadas a Brasília, por representantes da Comissão Municipal da Firjan, da Associação Comercial e Industrial de Macaé (ACIM), da Associação das Empresas de Serviços do Petróleo (Abespetro) e também de iniciativas políticas, como a do vereador Maxwell Vaz (SD).