Desde o início do ano, ambos não têm divulgado suas agendas oficiais, contrariando a legislação vigente

Reportagem do Estadão publicada nesta quinta (16) revelou um cenário de desobediência à Lei de Conflitos de Interesses por parte de dois assessores do Ministério da Justiça, Elias Vaz, Secretário Nacional de Assuntos Legislativos, e Sandro Abel Sousa Barradas, Diretor de Inteligência Penitenciária. 

Desde o início do ano, ambos não têm divulgado suas agendas oficiais, contrariando a legislação vigente. Esta situação ganha contornos ainda mais complexos ao considerar que esses assessores estiveram envolvidos em reuniões com Luciane Barbosa Farias, ligada ao Comando Vermelho.

As reuniões com Luciane Farias, identificada como parte do núcleo financeiro do Comando Vermelho no Amazonas, ocorreram em março e maio deste ano, envolvendo, além de Vaz e Barradas, outras autoridades do ministério. A falta de transparência quanto às agendas desses servidores públicos levanta questões sobre a integridade desses encontros, especialmente dada a natureza dos participantes. 

O Ministério da Justiça, ao ser questionado, justificou a não divulgação das agendas de Elias Vaz devido a problemas operacionais em uma pasta recém-criada e, no caso de outros envolvidos, alegou a possibilidade de sigilo conforme prevê a lei.

Essa situação não apenas levanta preocupações sobre a transparência na gestão pública, mas também acerca do acesso de criminosos a estruturas de poder estatal: mais encontros suspeitos podem estar sendo omitidos pela falha alegada pelo ministério.