CIGARRAS DE MACAÉ – Neste 11 de agosto apresentamos texto de nosso querido Amigo Genial, Luiz Cláudio Bittencourt, como sempre ativando nossa lembrança de uma Macaé que se foi e deixou saudades…
Vez em quando acordo com saudade de pessoas. Quando ainda estão presentes no palco da vida terrena, procuro fazer contato. Quando não, uso a internet do coração – a prece ou o abraço fraterno. Acreditem – funciona!
Hoje, em especial, acordei pensando em minha querida tia Moema, irmã do meu avô Waldemiro Corrêa Bittencourt. Que pessoa maravilhosa, de coração iluminado! Seguidora de Kardec e dos seus ensinamentos, junto com outros irmãos, foi uma trabalhadora da doutrina espírita aqui em Macaé. Saudade dessa tia que tantas vezes me livrou das coças de Dona Yvone.
Quando eu aprontava das minhas, em tempos de menino e eu era bom nisso, e o clima ficava pesado para o meu lado a ponto de uma boa coça – bastava uma gritaria bem alta, que eu já sabia que funcionava, para que a tia viesse em meu socorro. Só faltava a roupinha de SUPER TIA MOEMA! Havia uma rachadura na cerda de divisa de nossas casas que favorecia a esse acudimento. Dizia ela a minha mãe: “Yvone, não bate assim nesse menino!” Minha mãe: “Tia, ainda nem cheguei perto dele!” E eu era salvo mais uma vez por aquela bem humorada e feliz tia que conseguia desviar minha mãe do intuito.
A minha tia Moema, de quem tenho saudades e também de seus familiares que por tanto tempo foram nossos vizinhos, sabia que eu merecia a coça. Mas, mesmo assim, acudia com louvor! Foi ela quem deu o primeiro banho no meu filho Nicholas, que honra! Saudades dos doces que fazia e do tio Carlos debruçado em cima de um jornal a atender o balcão do bar. Adorava ler! Marcantes! Corações iluminados!Lutavam com certa dificuldade, porém, nunca se esquecendo dos princípios e valores da caridade.
Outra coisa que acontecia: o Passe Espiritual! Nessa época a maioria da molecada era hiperativa, tínhamos energia de sobra! Criança não andava, corria sempre! Ninguém ficava sentado em frente a telinha alguma, as televisões ainda estavam chegando aqui em Macaé. Nossas brincadeiras, em sua grande maioria, era na rua, correndo, pulando, pescando, brigando e cheio de perebas nas canelas. Quando eu estava funcionando em 220w, minha mãe me pegava pela orelha (essa alça de moleque levado) e me conduzia até à casa de minha eterna salvadora.
“Tia, ele precisa tomar um passe, esta com encosto!” – dizia minha mãe a ela. A tia sorria, dava o passe energético (mais energia!), e me contemplava com um copo de groselha e bom-bocado! Saudade desses passes, e dos doces mais ainda!
Saudade também dessa iluminada irmandade do meu avô! Incansáveis trabalhadores nos ensinamentos de Kardec. Hoje, o meu coração acordou ligado ao da tia Moema. Ela, sem dúvida alguma, trabalhando mais do que trabalhava aqui na terra. Mando, a ela, de todo coração: um torpedinho de carinho, uma prece, e muitas saudades!
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Aurora Ribeiro Pacheco