Moradores pedem serviços de limpeza, manutenção e aguardam retomada das obras de infraestrutura

Mais sete meses se passaram e os moradores da Granja dos Cavaleiros, principalmente aqueles que vivem na parte alta, seguem sem resposta do poder público quanto à retomada das obras do Consórcio Vale Encantado.

A urbanização da região, que engloba também o Novo Cavaleiros e o Vale Encantado, segue parada há cerca de três anos. Orçadas em mais de R$ 54 milhões, as obras de urbanização foram paralisadas, segundo a prefeitura na época, por conta de questões burocráticas envolvendo o consórcio responsável. Ela também enfatizou que seria feito um novo processo licitatório para a troca da empresa.

O prazo dado para que isso fosse feito, e as obras retomadas, era de 45 dias, ou seja, expirou em maio de 2015. Mais uma promessa que não foi cumprida, o que tem gerado revolta nos moradores, que continuam à espera de respostas do poder público.
Segundo o morador Dirant Ferraz, que já esteve à frente da AMOGRANJA e atualmente integra a Comissão da Obra, ao longo desse ano ele já procurou diversos órgãos em busca de respostas.

“Foram várias tentativas, sendo que uma delas com o próprio prefeito há um ano, durante o aniversário da cidade. Ele prometeu um posicionamento sobre o caso e até agora nada”, lamenta.

Diante disso, o Bairros em Debate volta mais uma vez à Granja dos Cavaleiros essa semana para cobrar das autoridades competentes as melhorias necessárias, que são por direito dos moradores que ali vivem. A maioria das reivindicações apresentadas à nossa equipe pela população foi na nossa última visita em junho.

Enquanto as obras não acontecem, Dirant cobra serviços básicos para o bairro, como limpeza pública, manutenção de ruas e melhorias no que se refere à mobilidade urbana.

Polo Offshore cheio de buracos

Quando se trata da acessibilidade no bairro, os moradores dizem que a crise não justifica o abandono, uma vez que essa região conta com um dos IPTUs mais caros da cidade. Mas enquanto o governo gasta para “recapear” ruas já urbanizadas pela cidade, os moradores dessa região sofrem com as dificuldades para entrar e sair de suas casas por conta da falta de infraestrutura.

Como medida paliativa, a prefeitura realizou recentemente uma ação nas alamedas do Ipê e das Palmeiras. “Colocaram pó de asfalto no local, o que melhorou a passagem, mas não resolve o problema de quem vive ali. É fato que na primeira chuva vai sair tudo e abrir as valas novamente. O que precisamos, não só aqui, como na parte alta do bairro, é do asfalto”, diz.

Mas até mesmo onde o asfalto existe a situação é crítica. Na Avenida Prefeito Aristeu Ferreira da Silva, onde se encontram as maiores empresas do mundo do segmento do petróleo, buracos geram transtornos. “O Polo Offshore todo está assim. A prefeitura não tem feito a manutenção dos paralelos. Quando a gente faz um pedido à prefeitura, ela leva um tempão para atender”, ressalta Dirant.

 

Moradores pedem apoio à mobilidade

Um dos principais pedidos é em relação à mobilidade do bairro. Com fluxo intenso de veículos, entre eles, carretas, os moradores solicitam redutores de velocidade, semáforo e reforço na sinalização.

De todas as vias do bairro, a Alameda Tenente Célio, que liga o Polo Offshore à Rodovia Amaral Peixoto (RJ-106), é a que mais precisa de atenção. Dirant diz que é preciso reforçar a sinalização em alguns trechos onde há cruzamento. “Alguns pedidos nossos foram atendidos, mas a questão dessa via é complicada. A prefeitura até colocou as placas de sinalização nos cruzamentos, só que continuam acontecendo os acidentes. As pessoas não respeitam. Minha sugestão é que façam a pintura no asfalto com ‘Devagar’, coloquem olhos de gato, algo para que as pessoas parem de passar em alta velocidade aqui”, sugere.

Outro pedido é a instalação de uma placa indicando a entrada do São Marcos, na Alameda Tenente Célio. “Muita gente sobe direto e chega aqui no comércio perguntando como faz para chegar no bairro. Isso poderia ser evitado se tivesse sinalização, pedido que fiz há mais de dois anos na prefeitura e até hoje nada”, explica.

Projeto melhora a acessibilidade de pedestres

Se o poder público não faz, os moradores tomam a iniciativa para solucionar o problema do passeio no bairro. Dirant conta que a população, empresários, com apoio da Agenda 21, passaram a construir as calçadas no bairro.

“Esse projeto não tem ligação com a prefeitura, fomos nós que fizemos. Desde então tem vários empresários aderindo e fazendo as suas calçadas. Apenas uma empresa de transportadora na Tenente Célio está pendente”, conta. “Na Alameda da Lagoa conseguimos com o empreendimento local fazer a calçada e ainda o projeto paisagístico do jardim. Ficou muito bonito”, conta.

O que diz a prefeitura

Procurada, a prefeitura informou que as solicitações de trânsito foram encaminhadas à secretaria de Mobilidade Urbana para análise. Já a secretaria de Infraestrutura disse que o trabalho de manutenção é continuo no município. Diante da reclamação, a secretaria vai enviar uma equipe ao local até a próxima semana para realizar as ações necessárias.

Porém, o recomendado é que, em situações como essa, o morador ou presidente da associação dos moradores faça a solicitação/reclamação na sede da secretaria (Barracão), localizada na Rua Marechal Rondon, 390, no bairro Miramar. Dessa forma, o cidadão estará colaborando com o poder público na manutenção diária do município.

Sobre a pavimentação na parte alta do bairro, as solicitações foram encaminhadas à secretaria de Obras para análise.