Ricardo Meirelles realiza o lançamento de uma obra que registra o elo perdido da história de Macaé
Sempre impulsionando a arte macaense e alcançando sucesso internacional, o teatrólogo e Professor de História Ricardo Meirelles anuncia uma grande novidade para o município. O macaense de coração lança o seu primeiro livro que não é de ficção, inovando com uma expressiva página da história do município intitulada ‘Macaé Portuária – A luta de uma Cidade por seu Porto’.
A obra será lançada nesta quinta-feira (11), a partir das 18h, no Solar dos Mellos, numa iniciativa da Secretaria de Cultura. O livro terá distribuição gratuita em escolas e universidades da cidade.
Prefaciado pelo Geógrafo Maurício Crespo, a obra é resultado de intenso trabalho de pesquisa, que vem comprovar a importância do Porto de Imbetiba para o desenvolvimento de Macaé, no final do Século XIX, que chegou a ser considerado o sexto Porto do Brasil em movimento, inclusive sendo comparado aos grandes mercados portuários como o do Rio de Janeiro e o de Santos (SP).
Neste sentido, a obra vem unir um importante elo da história macaense, que estava sendo esquecido na memória do povo, já que outros historiadores apenas fizeram citações em seus livros.
“Essa parte da história macaense eu desconhecia, pois havia apenas em mim uma memória afetiva de ouvir meu pai Valter e meu avô Lafayette Vieira, ambos comerciantes, falarem sobre o porto de Imbetiba e sobre a alfândega”, revela o historiador e teatrólogo, ressaltando que a importância do Porto para Macaé não foi somente na área econômica, mas alavancando também os setores sociais e culturais. Neste período, a cidade ganhou dois vultosos teatros, o Taboada e o Santa Isabel, sendo este último construído por um grupo de pessoas da cidade.
Outro ponto destacado por Meirelles foi o fato da implantação do telégrafo em Macaé logo após a novidade ter chegado ao Brasil, constituindo-se num avanço significativo para o município.
‘Macaé Portuária’
O livro ‘Macaé Portuária – A luta de uma Cidade por seu Porto’ faz um resumo da história de Macaé do final do Século XIX até os dias atuais, lembrando que a relevância deste Porto foi tamanha que motivou a construção do importante canal artificial existente entre Campos e Macaé. “Entretanto, a despeito de todo esforço da comunidade macaense para preservá-la, tanto esse canal quanto o porto acabaram suplantados pela logística mais eficiente da estrada de ferro que decretou sua obsolescência”, frisou Ricardo Meirelles.
No prefácio, o geógrafo Maurício Crespo finaliza: “E, indiferente a qualquer implicação de caráter político, o autor lança luz sobre a interdependência que a Macaé atual tem como seu porto e com as atividades ora desempenhadas, demonstrando que a sociedade macaense adotou inconteste a luta por seu pendor de cidade portuária – para produção de petróleo e gás ou para quaisquer outras atividades”.
A primeira edição, sob a responsabilidade de impressão da Íris Midia Comércio e Serviços, situada no bairro Costa do Sol em Macaé, teve o projeto gráfico elaborado por Dione Elias Jung e Daniel Marques Sardinha, destinando-se à distribuição gratuita na rede de ensino pública e privada.
Intensa pesquisa
Meirelles levou alguns anos realizando a pesquisa na Biblioteca Nacional e no Arquivo Nacional, através dos jornais ‘O Lynce’ e o ‘Telegrapho’, Monitor Macahense, O DEBATE, entre outros periódicos do Rio de Janeiro e Niterói. Por outro lado, o historiador entrevistou inúmeras pessoas de Macaé e outros municípios. “Tais qual uma janela para a São João Baptista de Macahé, cada um a sua época, revelaram a crônica do cotidiano macaense, registrando o dia a dia da luta da cidade por seu porto”, disse ele.
Macaé e Cantagalo
Um dos episódios considerados por Ricardo como precioso foi a ligação estreita de Macaé com outros municípios por ter colocado o seu porto como fonte para escoamento de sua produção. Segundo Meirelles, é o caso de Cantagalo, que enviava toda a sua produção de café, em lombos de burro, para ser exportada no porto de Macaé. “Fui até Cantagalo conversar com diversos historiadores, que confirmaram esta transação comercial em quantidade gigantesca”, informou.
Ricardo Meirelles
Nascido no Rio de Janeiro, Ricardo Meirelles chegou em Macaé ainda muito novo, com apenas 10 anos. Radicado em Macaé, adotou a cidade como sua sendo um apaixonado por ela. “Considero-me macaense, porque minha história com o município é de muito amor”, declarou ele.
Casado com Priscila Vieira, possui dois filhos (Felipe Meirelles Vieira e Mariana Meirelles Vieira) e dois netos (Hugo e Thaís).
Formado em História pela Faculdade de Filosofia de Campos, em 1972, Ricardo Meirelles foi Professor do Ensino Médio do Colégio Estadual Luiz Reid, Diretor do Departamento de Cultura da Prefeitura de Macaé, Coordenador do Projeto Estadual de Teatro do Interior, Presidente do Centro Estadual de Professores – Núcleo Macaé; Diretor do jornal O Século. No período de 1997 a 2004, Ricardo Meirelles foi vice-prefeito de Macaé e Secretário do Acervo e Patrimônio Histórico – Museu de Macaé de 2005 a 2012.
Dono de um expressivo talento como escritor, que inclusive tem reconhecimento internacional como teatrólogo, Meirelles tem em seu currículo uma extensa lista de publicações, somando mais de uma dezena de livros editados e mais de 30 peças escritas e premiadas. Já conquistou inúmeros prêmios importantes, tanto no Brasil, quanto no exterior. Suas peças já percorreram todos os estados brasileiros, sendo premiadas também em países como Alemanha, Islândia e Venezuela.