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Macaé lançou oficialmente em live na plataforma da mídia social Youtube, o Serviço Família Acolhedora (SFA), nesta quarta-feira (9), com o tema “Transborde amor, acolha essa ideia”. Trata-se de uma modalidade de atendimento prevista para atender crianças e adolescentes, que precisam ser afastadas de sua família de origem, em caráter provisório e excepcional, e são acolhidas no seio de outra família, selecionada, capacitada e acompanhada pela equipe técnica do serviço.

Participaram da Live, o corpo técnico do Serviço Família Acolhedora, formado pela coordenadora Milena Paradellas, psicóloga Lirian Sousa e a assistente social Ana Cristina Reis; o secretário Desenvolvimento Social Direitos Humanos e Acessibilidade (SDSDHA), Fabrício Afonso e assessoria jurídica – Catarina Carvalho e Janine Martins, o promotor da Infância e Juventude de Macaé, Lucas Bernardes e a juíza da segunda Vara da Família, Infância, Juventude e Idoso, Ingrid Vasconcellos. A presença de Benedita Machado, família acolhedora do município do Rio de Janeiro, há 16 anos, marcou como ponto forte o lançamento. 

Antecedendo às falas e ao depoimento da convidada Benedita Machado, a coordenadora Milena agradeceu a participação das pessoas e passou a palavra de abertura para o secretário Fabrício.

– Em primeiro lugar precisamos agradecer a presença de todos e dizer que este momento de lançamento do Família Acolhedora é importante e marcante. Ficamos felizes em saber que dos municípios do norte-fluminense, nós somos o primeiro a lançar o serviço que visa a mudança de paradigma quanto ao rompimento da cultura do abrigamento. Não poderia deixar de agradecer às pessoas que desde o início estão envolvidas na implantação, às servidoras que se debruçaram em cima desse trabalho com viagens, reuniões e discussões sobre o tema para que chegássemos até aqui e dizer que o esforço de cada um de vocês com certeza valerá a pena para cada criança assistida. Também quero agradecer às parcerias, à presença da juíza Ingrid Carvalho, ao Dr. Lucas Bernardes, pelas orientações e ao nosso prefeito Welberth Rezende, que não tem medido esforços para que possamos contar com esse corpo técnico que temos na secretaria – ressaltou Fabrício.

A live de Lançamento do Família Acolhedora trouxe esclarecimentos sobre o cotidiano das famílias que acolhem, a relação da família acolhedora com a equipe técnica e os vínculos estabelecidos com a família e a comunidade, esclarecendo pontos relacionados à execução do serviço. Coube à assessora jurídica e conselheira do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDDCA), Catarina Carvalho, explicar como foi a construção coletiva do programa e o histórico do serviço que vem como alternativa ao acolhimento institucional.

Benedita Machado, por sua vez, contou sua prática ao dar e receber amor. Ela disse que não tinha planos para acolher e que de repente se viu envolvida e já faz 16 anos que acolhe. “Minha experiência me diz como família acolhedora, que todos da casa devem abraçar aquela criança ou adolescente que acolhemos. Muitas vezes nós precisamos das técnicas (assistentes sociais e psicólogas) para nos ajudar a entender algumas questões de crianças com histórico de sofrimento. Temos que dar oportunidades ao adolescente que está em nossa casa para uma mudança de comportamento, principalmente, aqueles que não estavam acostumados a receber carinho ou abraços. Já tivemos em nossa casa uma criança de quatro anos, que se batia muito antes de dormir, mas, só precisava de carinho para dormir tranquila”, assinalou.

Cumprimentando a todos à equipe que vem lutando para a implantação do Família Acolhedora em Macaé, o promotor da Infância e Juventude de Macaé, Lucas Bernardes, disse que o Serviço é uma grande alternativa. “Embora a gente tenha hoje serviços estruturados de acolhimento institucional, nada substitui o afeto de se ter a permanência de uma família e por melhor que seja o serviço de acolhimento ele nunca será capaz de superar o afeto e a construção do dia a dia que se tem no Família Acolhedora. Essa luta vem desde 2019, fruto de uma provocação do Ministério Público e de uma ação civil pública. Mas, o que quero destacar é a construção coletiva e democrática desse Programa, que eu acompanhei de perto, com o CMDDCA discutindo. Isso foi importante como algo construído democraticamente e o que me deixa feliz e animado é a equipe técnica do Serviço. É uma grande vitória porque o trabalho delas é qualificado e despolitizado. O Família Acolhedora é um grande passo de um serviço que se concretiza no município de Macaé”.

Como uma modalidade de acolhimento prevista para atender crianças e adolescentes, o Serviço de Família Acolhedora, sancionado pela Lei Municipal nº 4.754/2021, é destaque também no artigo 34 do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), que no parágrafo primeiro, preconiza que a inclusão de crianças ou adolescentes em programas de acolhimento familiar terá preferência, em detrimento ao acolhimento institucional. “A própria constituição brasileira declara no artigo 227, que o direito à convivência familiar é absoluta prioridade para a infância e adolescência”, disse Paradellas.

O Serviço de Família Acolhedora no Município de Macaé funciona na Avenida Lacerda Agostinho, 477, Virgem Santa (Hotel de Deus). Os interessados podem enviar e-mail pelo endereço eletrônico – familiaacolhedora@macae.rj.gov.br ou pela rede social –

https://www.instagram.com/familiaacolhedoramacae/.

Comunicação Desenvolvimento Social

Jornalista Lourdes Acosta – DRT/MTE 911 MA

Macaé, 10/03/2022.