O casal Elis e Jorge alimentam diariamente na Praça Veríssimo de Melo, no Centro de Macaé, moradores em situação de rua e pessoas em condições de vulnerabilidade social

Na noite do último domingo (29), um grupo de voluntários se reuniu na Praça Veríssimo de Melo, no Centro de Macaé, e promoveu um jantar aos moradores em situação de rua e pessoas em situações de vulnerabilidade social por motivos distintos.

Com o comando do casal Elis Barretta e Jorge Barretta, que há quatro anos vem promovendo ações sociais em prol desse público-alvo, a feijoada mobilizou um grupo de voluntários que se juntou ao casal para proporcionar esse momento aos que, em meio à pandemia do coronavírus, correm riscos diariamente pelas ruas da cidade.

“A nossa motivação foi ver, infelizmente, muitas pessoas em situação de rua que ficavam pela Praça Veríssimo de Melo.

Tínhamos uma loja em frente à praça, e tomávamos café da manhã numa padaria perto dela, então pensamos, porque a gente não pega o valor que a gente gasta todos os sábados de manhã, compra um pouco mais de pão, fazemos uma garrafa de café e tomamos café junto com eles na praça?”, revela Elis.

Uma das recomendações contra o COVID-19, é que a população se resguarde dentro de suas casas numa espécie de isolamento social, evitando o contágio e, com isso, a proliferação do vírus. Entretanto, além de passarem fome, muitos moradores em situação de rua não tem como aderir a esse confinamento em prol de segurança.

“Apesar dos riscos que correm pelas ruas, tentamos amenizar suas dores através da fome. Estamos há quatro anos diariamente, compartilhando nosso café da manhã com as pessoas que estão em situação de rua e vulnerabilidade social!
Começamos com 8 moradores de rua, hoje temos em torno de 70 pessoas tomando café da manhã com a gente”, pontua Elis.

Segundo Elis, ela, o seu esposo e o grupo ao longo desses anos de solidariedade, mantém a tradição de todos os dias às 07h30 da manhã, oferecer o café da manhã a esses, independente do tempo, fazendo sol, chuva, sendo feriado, dia comum ou data comemorativa, o que os possibilitou um vínculo íntimo com essas pessoas.

“Criamos relacionamentos, conhecemos a maioria pelo nome. Não somos diferentes de ninguém, somos iguais, a situação que cada ser se encontra que o diferencia. Estamos conseguindo resgatar a dignidade daqueles que já achavam que para eles, não tinham mais qualquer esperança”, ressalta Elis que, em datas comemorativas como o Natal, propõe uma vasta ceia, por amor ao próximo.