Flagrante feito há poucos dias na Praia do Pecado. Situação coloca em risco a segurança dos banhistas

Considerada uma das praias mais populares da região, o Pecado, que atrai muitos banhistas nessa época do ano, também tem se tornado um local onde as leis não prevalecem. Após flagras de descarte irregular e pessoas cavalgando na área de restinga, essa semana o jornal O DEBATE voltou a presenciar situações que colocam em risco o meio ambiente e também a vida dos frequentadores.

Um homem foi flagrado pela nossa equipe de reportagem circulando de quadriciclo na areia da praia, próximo ao mar. O registro foi feito há alguns dias na parte da tarde, horário que havia muitos banhistas no local.

Uma mãe, que pede sigilo do nome, relata que ficou indignada com a situação. “Meu filho pequeno sempre brinca nesse trecho, próximo a água. Imagina se na hora ele corre ou é surpreendido pelo veículo e acaba sendo atropelado. Não gosto nem de imaginar.

Como que uma pessoa circula assim livremente colocando em risco a segurança das pessoas? Por mais que estivesse em baixa velocidade, isso é arriscado. No primeiro momento pensei que fosse alguma autoridade, mas logo vi que era um cidadão comum. Em momento algum vi alguma autoridade abordar ou pedir para ele se retirar. É preciso ter fiscalização e reforçá-la nos finais de semana e feriados, quando a frequência aumenta aqui”, diz.

Não muito longe dali, já em Rio das Ostras, veículos circulam livremente na região das pedrinhas. Apesar de o acesso ser bloqueado pelo lado de Macaé (Lagoa de Imboassica), carros entram pelo município vizinho e transitam pela área, o que é proibido, uma vez que é comum a desova de tartarugas marinhas na região.

“Sempre caminho até as Pedrinhas nos finais de semana e na maioria das vezes presencio pessoas com caminhonetes tracionadas circulando pelo local. Há alguns anos eu cheguei a encontrar trataruga morta na areia, atropelada. As pessoas precisam ter mais respeito com o meio ambiente”, ressalta Ana Clara, moradora do Bairro da Glória.

Em 2009, por determinação do Ministério Público Federal, ficou proibido o acesso de veículos no local. Essa medida foi adotada devido ao intenso tráfego de veículos pela areia, o que estaria prejudicando os ecossistemas da Lagoa de Imboassica.

Na época, as duas prefeituras, tanto de Rio das Ostras, quanto a de Macaé, tiveram que bloquear o acesso à praia, que é feito pela Lagoa de Imboassica e pelo Balneário das Garças, com a colocação de cancelas. Essa medida chegou a ser alvo de polêmicas, mas, desde então, tem sido mantida.

O que diz o poder público

Procurada, a Prefeitura de Macaé informou que não é permitido o tráfego de quadriciclos na areia das praias devido a circulação de pessoas e também a preservação da restinga existente. A Guarda Ambiental já foi comunicada do fato e informou que reforçará a fiscalização no local citado.

Já a Prefeitura de Rio das Ostras informou que a secretaria de Segurança Pública mantém um esquema de fiscalização em toda a cidade. As rondas são feitas periodicamente, mas, infelizmente, não tem como manter uma base em cada localidade.