De 10 de setembro, Dia da Imprensa passou a ser comemorado em 1º de junho - Arquivo

O Dia da Imprensa era comemorado em 10 de setembro. Desde 1999, com uma reavaliação sobre o peso dos primeiros jornais brasileiros, a data foi fixada para o dia de hoje – 1º de junho

Desde quando Gutenberg inventou os tipos móveis, o mundo da notícia ganhou força e foi possível multiplicar a informação. Antes da era do rádio, da televisão e agora da informática, não era tão fácil manter vivos os jornais que foram se multiplicando mundo afora. Neste sentido, a data de hoje representa mais uma a ser comemorada pela categoria, cujos profissionais têm a missão de informar sobre os acontecimentos da cidade, região, estado, país e do mundo todo.
Até alguns anos atrás o Dia da Imprensa era comemorado na data de 10 de setembro. Desde 1999, com uma reavaliação sobre o peso dos primeiros jornais brasileiros, a data foi fixada para o dia de hoje – 1º de junho. A explicação dada é que em 10 de setembro de 1808 começou a circular o jornal Gazeta do Rio de Janeiro. Tratava-se de um periódico oficial que servia à Corte de Dom João VI, recém-chegado ao Brasil fugindo de Napoleão Bonaparte que estava prestes a invadir Portugal.
Era o único jornal a circular, já que demais órgãos eram proibidos pela Coroa, porém, antes da Gazeta do Rio de Janeiro, o Correio Braziliense já era produzido pelo jornalista gaúcho Hipólito da Costa. Com a proibição de ser feito no Brasil, ele confeccionava o periódico em Londres, na Inglaterra. O reconhecimento como primeiro jornal do País só foi concedido ao Correio Braziliense – que era obrigado a permanecer clandestino por, à época, disseminar os valores da Revolução Francesa – em 1999, quando a data de sua fundação – que ocorreu três meses antes da Gazeta – passou a marcar o Dia Nacional da Imprensa.
Assim, já que a imprensa do Brasil nasceu no exílio e defendendo a República em época de monarquia, a data atualmente serve para firmar compromissos como a liberdade, igualdade e fraternidade diante de uma democracia plena. A partir disso, se busca disseminar o compromisso com a comunidade e sociedade que é dever de cada jornalista e órgão de imprensa. Uma ponte, ou um porta-voz, de todo o povo trabalhando há dois séculos no Brasil.

Outra versão para mudança da data

Depois de décadas comemorando o Dia da Imprensa em 10 de setembro, a imprensa brasileira passa a festejar a data hoje, em 1º de junho. A mudança foi decidida pela Câmara dos Deputados, em dezembro de 1998, quando foi aprovado o projeto de Lei nº 3.559/97, mudando o Dia da Imprensa de 10 de setembro para 1º de junho. O Projeto de Lei foi sancionado pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso, através da Lei 9.831, de 13 de setembro de 1999. A iniciativa de mudança de data aconteceu a partir do descontentamento de historiadores e jornalistas, que achavam que a data de 1º de junho era mais adequada para ser dedicada à Imprensa, já que o primeiro jornal de brasileiros foi o Correio Braziliense, que começou a ser impresso em 1º de junho de 1808, em Londres, redigido por Hipólito José da Costa.
Historicamente a imprensa brasileira surgiu em 10 de setembro de 1808 com a fundação da Imprensa Régia que publicou a Gazeta do Rio de Janeiro, primeiro periódico brasileiro. Porém, cronologicamente, o primeiro jornal de brasileiros foi o Correio Braziliense, que começou a ser impresso em 1º de junho do mesmo ano em Londres.
Em vista disso, a Câmara dos Deputados, em 4 de dezembro de 1998, aprovou o Projeto de Lei nº 3.559/97, de autoria do deputado Nelson Marchezan, que mudava o Dia da Imprensa de 10 de setembro para 1º de junho. Em sua justificativa o parlamentar mostrava o descontentamento que vinha, há muito tempo, sendo contestado por historiadores e jornalistas brasileiros, que advogavam a data de 1º de junho mais adequada. Entre os que queriam a mudança estavam o jornalista Raul Quevedo, que em seu livro “Em nome da liberdade” conta a saga de Hipólito José da Costa e Barbosa Lima Sobrinho, que também publicou um livro a respeito: “Hipólito José da Costa: Pioneiro da Independência do Brasil”, cuja elaboração foi necessária a consulta das quase 30 mil páginas dos 29 volumes que compõem a coleção integral do Correio Braziliense guardada na Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro.
O Projeto de Lei foi apoiado pelos deputados Germano Rigotto, Valdeci Oliveira, Wilson Cignachi, Luís Roberto Ponte, Odacir Klein, Júlio Redecker, Fetter Júnior, Yeda Crusius, Airton Dipp, Adylson Motta, Adroaldo Streck, Jair Soares, Paulo Ritzel e Carlos Caardinal.