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História do teatrólogo Ricardo Meirelles vira documentário

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Ricardo Meirelles é a grande referência cultural de Macaé nos dias atuais e tem o nome gravado na história do teatro brasileiro

O professor e teatrólogo Ricardo Meirelles vai ter sua vida e obra registradas em documentário do projeto ‘Acontece Brasil’

Borbulhando talento e sendo altamente aplaudido pelo mundo afora, o professor e teatrólogo Ricardo Meirelles vai ter sua vida e obra registradas em documentário. Celebrando mais de 40 anos de dramaturgia, ele será a estrela do lançamento do projeto ‘Acontece Brasil’, idealizado por Alexandre Matos, que também é editor da Revista Mais Comércio.

Segundo informações do Alexandre Matos, o documentário começa a ser gravado em novembro deste ano e vai contar a história das obras de Ricardo Meirelles, abordando suas inspirações, memórias e bastidores dos textos, como a comédia ‘Palácio dos Urubus’, peça teatral premiada internacionalmente, ‘Os bons Tempos Voltaram’ e ‘Ferocidade’, cuja primeira montagem completou 40 anos em 2018. A previsão de estreia é em 2020.
Ricardo Meirelles é formado em História pela Faculdade de Filosofia de Campos, foi professor do Ensino Médio no Colégio Estadual Luiz Reid e já escreveu 25 livros, em sua maioria peças teatrais.

Alexandre informa ainda que o roteiro está sendo escrito pelo ator e publicitário Helder Santana. E a equipe está sendo montada e conta com Alexandre Matos na captação de parcerias e investimentos, e inclui ainda a jornalista Cris Rosa. O projeto está na fase de captação de recursos e qualquer dúvida ou informação pode ser enviada ao e-mail acontecebrasiltv@gmail.com.

Sucesso consagrado

Ricardo Meirelles é a grande referência cultural de Macaé nos dias atuais e tem o nome gravado na história do teatro brasileiro. Ao longo da carreira já exibiu suas peças dentro e fora do Brasil, em países como Islândia e Venezuela, além da cidade alemã de Colônia, e soma diversas premiações no currículo, como Prêmio de Leitura no Concurso de Dramaturgia do Serviço Nacional de Teatro, com publicação pelo MEC/FUNARTE por “Os Sobreviventes”. Ricardo também foi vice-prefeito de Macaé e vice-presidente de Acervo e Patrimônio Histórico da Fundação Macaé de Cultura.

Em abril de 1976 deu-se a primeira montagem a nível nacional da peça ‘Disse Adeus às Ilusões e Embarcou para Hollywood’. A capital gaúcha (Porto Alegre) teve em seu teatro de Arena sua exibição, cuja interpretação coube às atrizes Ivone Hoffmann e Marlise Sauerssig; o diretor foi Jairo de Andrade. A sinopse dessa peça é a seguinte: duas mulheres criam fantasia absurda para compensar a solidão e a falta de perspectiva de vida.

Com essa peça valorizada e encenada em Porto Alegre, Ricardo Meirelles pôde se lançar de modo mais eficaz para a dramaturgia nacional, partindo do fato que dois anos antes, em 1974, houve a leitura desse mesmo texto, na cidade de São Paulo. Esse trabalho foi lido por Regina Duarte (na época chamada carinhosamente de namoradinha do Brasil, devido ao sucesso da novela Carinhoso) e Ethi Freiser, dirigida por Silvio Zimber, no teatro Paiol.
Incentivado a escrever, o teatrólogo produziu as peças ‘Ferocidade’ e ‘Palácio dos Urubus’, exibidas nas cidades brasileiras de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Manaus e nas cidades europeias de Colônia e Reykjavic, além da sul-americana Caracas, capital da Venezuela.

Em 2001 o grupo teatral Acto, de Macaé, fez a Mostra de Teatro ‘Ricardo Meirelles’, com as peças: ‘Amigos’, ‘Disse Adeus às Ilusões e Embarcou para Hollywood’, ‘Delicioso Horror’ e ‘Um Convidado Especial’. Elas foram exibidas no Teatro Municipal de Macaé. A última peça que ele escreveu foi terminada no final de 2015, intitulada ‘Depois daquela Noite’.

Texto publicado em alemão sobre o trabalho do teatrólogo elogia seus textos, inclusive rádio daquele país referiu-se positivamente a suas peças. Publicações e fotos, nas quais os ministros da Cultura Aluízio Pimenta e Ney Braga lhe conferem homenagens e medalhas, além de citações positivas de críticos no extinto Jornal do Brasil (JB) e nos jornais O Globo e Correio do Povo (Porto Alegre), também podiam ser vistas no Solar dos Mellos.

Ricardo Meirelles

Ricardo nasceu no Rio de Janeiro no ano de 1947, mas chegou a Macaé para morar com apenas 10 anos. Logo, adotou a cidade como sua sendo um apaixonado por ela. Casado com Priscila Vieira, tem dois filhos, Felipe Meirelles Vieira e Mariana Meirelles Vieira e os netos Hugo e Thaís. Formado em História pela Faculdade de Filosofia de Campos em 1972, foi também diretor do Departamento de Cultura da Prefeitura Municipal de Macaé (1980 a 1982), coordenador do Projeto Estadual de Teatro no Interior (1980 a 1982), presidente do Centro Estadual de Professores – Núcleo Macaé (1979 a 1982), diretor do jornal O Século (1980), vice-prefeito (1997 a 2000 e 2001 a 2004 (reeleito)) e secretário do Acervo e Patrimônio Histórico – Museu de Macaé (2005, 2008, 2009 e 2012), além de escritor com várias peças premiadas e montadas nas principais cidades do Brasil, destacando-se os textos “Palácio dos Urubus”, premiado e montado na Alemanha pela Rádio Colônia WRD (1978); em Caracas, Venezuela, pelo Centro Internacional de Pesquisa e Dramaturgia Latina (1985); em Miami, Estados Unidos (1982); e na Islândia (1992); Ferocidade premiada e montada na Alemanha (1979).

A estreia do teatrólogo

A primeira peça do teatrólogo macaense Ricardo Meirelles foi “Você se Lembra daquele Vizinho que Ficou de Cuecas na Sala de Jantar?”, escrita em 1973. A obra conquistou inúmeros prêmios de destaque nacional, incluindo o Concurso de Dramaturgia, no Teatro Opinião do Rio de Janeiro – premiada e escolhida para ser lida pelos diretores João das Neves, Paulo Ribeiro e Suzanna Faine; o primeiro lugar no Concurso de Dramaturgia Universitária promovido pelo Serviço Nacional de Teatro e Ministério de Educação e Cultura.
Sua primeira montagem nacional, ocorrida em 1977, foi bastante prejudicada por ter sofrido violentos cortes pela censura vigente na época, decorrente da Ditadura Militar.

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