O que já era esperado há dois anos, se confirmou nas urnas neste final de semana, em uma das eleições mais frias e tristes da história deste país, não por conta do resultado, mas sim por falta de empolgação e de confiança do eleitorado, que ajudou a nação a tomar o rumo de guinada para a extrema direita.

Nos dois principais Estados do país, que concentram as principais válvulas motoras do desenvolvimento econômico da nação, as urnas garantiram a falência de um sistema político populista, que por quase 16 anos alçou o país ao rumo de potência da América Latina. E causou também uma crise severa, difícil até de ser resolvida pelo novo governo que será iniciado em janeiro com a popularidade nas alturas.

De Wilson Witzel (PSC), governador eleito, e de Jair Bolsonaro (PSL), presidente eleito, espera-se o discernimento necessário para reduzir o discurso de ódio e apaziguar os ânimos exaltados entre os eleitores que, mais uma vez, levaram a decisão das urnas à exaltação do bem contra o mal.

Algo que não ficou claro na batalha pelo povo, o autocontrole com pulso firme, a inteligência voltada para o bem e o reconhecimento dos feitos positivos, construídos no Estado e no Brasil nos últimos governos, precisam ser as diretrizes de gestões que possuem hoje nas costas o peso da expectativa de milhões de brasileiros ávidos por mudanças, que cortam na carne os efeitos responsáveis pela corrupção que afeta diretamente o curso da prosperidade e do desenvolvimento.

Dos derrotados, também espera-se o autocontrole de conduzir suas massas, presentes também nas urnas, o respeito e o compromisso de se manterem ativos, não para fazerem discursos de oposição vazios, mas de contribuir com a correção do novo curso do Estado e da Nação, que deve ser para a recuperação de um estágio iminente de caos.

Quem ainda acredita em golpes e revolução precisa compreender que, mesmo enfraquecida, a democracia nacional é resistente e capaz de produzir algo novo e positivo, mesmo que a descrença na política ainda produza insatisfação, medo e insegurança.

Passados os três meses de ódio, agora é recuperar as energias, lavar a alma e esperar que as mudanças tão prometidas ocorram de fato, dentro de um prazo que atenda a atenção da sociedade, que precisa ter paciência. Agora, mais do que nunca!