Em resposta, o governo anunciou um bloqueio adicional de R$ 1,1 bilhão no orçamento de 2023

O governo Lula revisou suas projeções fiscais para 2023, apontando um aumento no rombo no déficit primário, que agora é estimado em R$ 177,4 bilhões. Esse valor representa um salto em relação à previsão anterior, de R$ 141,4 bilhões. O déficit primário é uma situação em que as despesas superam as receitas, excluindo os gastos com juros da dívida pública. A revisão foi divulgada pelos ministérios da Fazenda e do Planejamento, indicando um distanciamento da meta informal de déficit de R$ 100 bilhões estabelecida pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no início de sua gestão.

Em resposta, o governo anunciou um bloqueio adicional de R$ 1,1 bilhão no orçamento de 2023. Esse contingenciamento, necessário para cumprir o limite de gastos estabelecido para o ano, eleva o total de cortes no orçamento para quase R$ 5 bilhões. Até o momento, já foram realizados três bloqueios: R$ 1,7 bilhões em maio, R$ 1,5 bilhão em julho e R$ 600 milhões em setembro. O detalhamento de quais áreas terão suas verbas reduzidas será divulgado no final do mês, com a expectativa de que afetem principalmente investimentos e custeio da máquina pública.

A equipe econômica mantém o objetivo irreal de zerar o déficit em 2024, uma meta vista como ambiciosa por especialistas e agentes do mercado financeiro. O presidente Lula já expressou dúvidas sobre a viabilidade dessa meta, que depende de medidas para aumentar a arrecadação federal, atualmente em discussão no Congresso. A persistência do governo em alcançar esse objetivo reflete a complexidade do ambiente econômico atual.