A falta de visão macroeconômica, capaz de aproveitar as potencialidades de cada região do país com a força de elevar a projeção das atividades econômicas que ainda podem resgatar a integridade e a dignidade da nação brasileira, pode afundar projetos que criam boas expectativas de investimentos e de geração de postos de trabalho no país.
A queda de braços travada entre o governo do Espírito Santo e o grupo empresarial macaense, nas discussões que envolvem as concessões dos Aeroportos de Macaé e do Espírito Santo, é a prova de que há uma grande necessidade de se rediscutir o pacto federativo, não apenas na visão política, mas sim em uma estratégia de desenvolvimento econômico capaz de tirar o Brasil de um retrocesso de infraestrutura e logística que causa sérios danos ao progresso.
Com uma dependência direta de modais arcaicos, pesados e pouco eficientes, a economia nacional sofre baques como o identificado em maio, diante da paralisação dos caminhoneiros. Não que o modal rodoviário seja menor ou menos importante para o desenvolvimento nacional, mas não dá para se pensar em progresso como uma visão única de deslocamento de cargas.
Hoje, a demanda econômica de Macaé é representada pelas operações do petróleo, atividade que também sustenta o Estado do Espírito Santo. E apesar de representar uma das partes mais antigas em produção, sem grandes novas descobertas de reservas de óleo e gás natural, o mercado offshore capixaba ainda é importante para a Petrobras.
Do outro lado das operações do Sudeste do mercado offshore, Macaé configura a consolidação de toda a infraestrutura que ainda sustenta as operações atuais do petróleo, além de representar também todo o potencial geológico que desperta o interesse das grandes operadoras que participam dos leilões da Agência Nacional do Petróleo.
Apesar de distintas, a importância do Espírito Santo e de Macaé para o futuro do mercado do petróleo é semelhante, e por isso, travar uma briga política em nada garantirá o planejamento necessário para que haja uma evolução das operações offshore nesses dois importantes centros operacionais do ouro negro brasileiro.
Interessada em discutir o processo eleitoral deste ano, Brasília ouve as demandas dos dois lados dessa briga que em nada garantirá o desenvolvimento esperado por Espírito Santo e por Macaé.
E como não há quem tente amenizar esse conflito, está na hora da própria classe empresarial levantar a bandeira branca, garantindo assim que haja oportunidades para todos, em médio e longo prazo.