Quando os filhos do Presidente da República e seus principais aliados e parlamentares de confiança votaram para promover essa excrescência na atual legislatura, viu-se que, alguma coisa de errado estava sendo articulada para que essa classe política fosse beneficiada com um mundo de dinheiro a ser coordenado por Roberto Jefferson(PTB), Carlos Lupi (PDT), Roberto Freire (Cidadania), Pastor Everaldo (PSC), Gleisi Hoffmann (PT), Ciro Nogueira (PP) e mais alguns presidentes eternos desses partidos que darão apoio na reeleição de Jair Bolsonaro no próximo pleito. Até aqui era de R$1,7 bilhão o montante que esses manipuladores partidários detinham.

Agora, com essa tentativa de elevar o fundo partidário para R$5,7 bilhão, o presidente do país faz “jogo” para a galera e, inicialmente, dava a entender que vetaria o absurdo armado, mesmo como todos já sabiam, que sua equipe parlamentar tivesse votado para aprovar essa vergonha nacional. Na redação do texto criada com essa perspectiva eleitoral para 2022, chancelada por deputados e senadores governistas, o presidente não teria meios para vetar apenas parte do valor, achando, com isso, que agradaria a população. Todavia, está encontrando um modo dessa loucura de grana variar de R$1,7 bilhão a R$4 bilhões de reais.

Coisas armadas por seus parceiros do Centrão. Tem mais, com essa saída escabrosa no uso do dinheiro público, ainda continuaremos ouvindo que nesse governo não tem corrupção, ou seja, para os bolsonaristas, isso foi um ato político digno e sem qualquer pretensão ilícita. Até adversários políticos ferrenhos, como a turma do PT, vão ser beneficiados com esse mundo de dinheiro. Se nada der certo para os petistas em 2022, como parece que irá acontecer, nem Lula, nem Zé Dirceu, nem Genoíno, nem Gleisi, nem Haddad, nem ninguém do time titular, terá problemas financeiros até o fim de seus dias. Só que, na cabeça dos aliados do Presidente e na aliança armada pelos pensadores do Centrão, eles são maioria.

Aliás, bom mesmo nesse momento, é sabermos: o que acha o simpático General Augusto Heleno depois de Ciro Nogueira assumir a Casa Civil? E os filhos do Presidente? Tudo que falaram sobre o esperto Senador do Piauí ficará esquecido? Caso seja confirmado esse veto matreiro armado por toda essa gente que comanda o Congresso e o Presidente da República, pode-se dizer, sem qualquer medo de errar que se trata, realmente, do maior estelionato político jamais visto neste país. Já vimos de tudo através dessa gente, mas, desta feita, é querer passar os componentes do eleitorado como autênticos idiotas. Essa indecente decisão dos parlamentares na tentativa esdrúxula de conseguir essa vultosa verba de quase R$6bilhões, apoiada por Bolsonaro, com o fim exclusivamente de proteger seus antigos e os novos companheiros do baixo clero, está levando o Presidente a receber críticas variadas, sobretudo depois que se abriu ao Centrão e na expectativa de se salvar contra o impeachment que se aproximava.

A opção fisiológica de Bolsonaro pode dificultar sua disputa no segundo turno de 2022 que, aparentemente, mostra-se cada vez mais real. Fato claro é, com R$6 ou R$4 bilhões a credibilidade de Jair Bolsonaro não será a mesma. Ao recuar do veto dentro do que foi aprovado pelo Congresso, onde seus filhos e aliados mais próximos participaram, o Presidente mostrou na mudança exercida que poderá pagar um tributo muito caro com a atitude. Os maiores problemas desse governo não estão apenas nesses obstáculos do caminho, mas na escolha da direção com quem o comandante resolveu caminhar. Obteve mais de 50 milhões de votos sem o Centrão em 2018 e ainda diz que foi garfado nas urnas. Com a insistente pandemia nesse momento crucial do país, os únicos sobreviventes com dignidade são os políticos detentores de mandatos eletivos, os funcionários públicos e os dirigentes partidários. Esses, na atual situação, estão numa boa, numa ótima.