Filhos de cigana morta são entregues na delegacia de Macaé

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O crime aconteceu no dia 7 de maio deste ano, em Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo. As crianças estavam em Quissamã na casa de um conhecido do assassino

Das três crianças desaparecidas, apenas duas – sendo uma de dois anos e outra de cinco -, foram entregues na tarde de quinta-feira (21), por volta das 11h, na 123ª Delegacia de Polícia de Macaé, após a mãe ser assassinada no dia 7 de maio, em um acampamento cigano, em Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo.

As crianças estavam sendo procurada pela Polícia Civil de São Paulo, desde o mês passado, quando o crime foi registrado. Durante 43 dias desaparecidas, o casal de filhos estavam no município de Quissamã, na casa do amigo do cigano, identificado como João Batista Soares, de 50 anos, principal suspeito de ter matado a própria esposa, Priscila dos Santos, de 27 anos.

O encontro foi marcado pela emoção. Iracema Helena da Silva, – tia de Priscila -, veio de São Paulo e aguardava pelas crianças na 123ª Delegacia de Macaé. Da capital, ela trouxe o Boletim de Ocorrência do desaparecimento das crianças, documento de identidade da mãe assassinada e a certidão de óbito. O caso estaria completo, se não fosse por um detalhe, apenas as crianças mais novas foram encontradas. A filha mais velha, de nove anos, ainda está desaparecida. A Polícia Civil trabalha com hipótese de que a criança esteja escondida no acampamento de cigano em São Paulo.

Um pouco mais aliviada, Iracema afirma que vai procurar pela criança mais velha até encontrá-la. “A minha sobrinha morreu de forma brutal. Antes de ser assassinada, ela foi agredida fisicamente por um pedaço de pau, caiu no chão pedindo socorro, e em seguida foi executada a tiros nas costas por uma espingarda, calibre 12”, disse Iracema com os olhos cheios de lágrimas.

Ela comenta ainda que a sobrinha foi socorrida por outros ciganos que presenciaram o crime e colocada dentro de um veículo, onde procuraram ajuda no Hospital Municipal da cidade. Sem sucesso, os amigos ciganos, deixaram o corpo de Priscila em frente à unidade de saúde, onde a vítima não resistiu aos ferimentos e morreu na porta do hospital.

Priscila estava grávida de cinco meses. Segundo a Polícia Civil, o crime teria sido motivado por ciúmes de João Batista e por ele não aceitar o fim do relacionamento.

O amigo de João Batista Soares, que preferiu não se identificar, afirmou que o cigano veio de São Paulo e deixou as duas crianças em Quissamã somente com a roupa do corpo. Segundo ele, João Batista não falou sobre o crime e pediu para que ele ficasse com as crianças e foi embora para a Grande São Paulo.

O amigo de João Batista decidiu levar as crianças à 123ª DP de Macaé depois que soube do crime e da prisão de João Batista. Ele procurou um advogado para auxiliar na entrega das crianças à família, onde o caso está sob cuidado do delegado Dr. Felipe Poeys.

Agora com a Polícia Civil, o casal de criança será encaminhado ao Conselho Tutelar e possivelmente serão entregues à família da mãe.

Descoberta do local do crime

A PM chegou ao local do crime, o acampamento de ciganos, por meio de rastreamento de imagens de monitoramento do carro que levou a mulher e a deixou na frente do hospital. Segundo testemunhas, houve uma briga do casal e Priscila foi espancada e executada.

A polícia disse que também tiveram a informação da briga, seguida do espancamento.

Na Delegacia Central de Itaquaquecetuba, o caso foi registrado como feminicídio – que significa a perseguição e morte intencional de pessoas do sexo feminino, classificado como um crime hediondo no Brasil.