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Problema dos mais sérios que se arrasta há anos por falta de interesse da classe política em encontrar uma solução que possa minimizar a falta de água nas torneiras, está deixando a população revoltada por não encontrar apoio das autoridades para resolver a situação que está se tornando calamitosa.

A CEDAE que acabou privatizada para resolver os problemas financeiros do Estado, acabou alijando do pacote alguns municípios do interior e, principalmente o de Macaé, onde a receita cresce e e maior o volume de arrecadação sem que haja a contrapartida de investimentos para melhorar o abastecimento que é pior nas áreas mais pobres da periferia, onde a distribuição não chega.
Servindo como slogan de campanha por muitos governadores, deputados, prefeitos e vereadores, a frase “mais água para Macaé” tornou-se o mote das promessas que nunca foram cumpridas. Muitos atos de protesto levaram grande número de pessoas para frente da Cedae e nenhum responsável se apresentou para assumir qualquer responsabilidade, situação que se repete a cada dois anos, quando há eleições.

Com a decisão do ex-prefeito Riverton Mussi de fazer uma licitação para uma PPP – Parceria Público Privada, para a coleta e tratamento do esgoto na cidade, concluída em 2012, a Odebrecht Ambiental acabou vencedora e coube ao prefeito eleito Dr Aluízio dos Santos assinar o contrato pelo prazo de 30 anos. A partir daí um convênio com termos desconhecidos da população, permitiu que a cobrança da água cuja tarifa sofreu forte reajuste, fosse cobrada de maneira duplicada e passando a ser de responsabilidade hoje da BRK.

“Quem pagava R$ 800,00 pela água passou a pagar R$ 1.600,00 por causa do esgoto que ainda não está sendo tratado em toda a cidade. Quando os canos do esgoto não existem nas ruas, mesmo assim o cidadão paga uma taxa especial. Somente os bairros nobres e ricos da cidade, e agora o centro, estão merecendo a atenção da BRK, que sucedeu a Odebrecht Ambiental. Os bairros pobres e mais distantes não serão beneficiados pelo convênio”, disse Carlos Augusto que mora no Cavaleiros e tem empresa na área norte da cidade.

Com o péssimo atendimento da Cedae, que em Macaé continua responsável pelo abastecimento, quando um cidadão vai reclamar abre um protocolo que em dois dias úteis é avaliada a situação. No entanto, os agentes da empresa reconhecem que o problema é mesmo de abastecimento que não dá para atender a população.

Em 2018, apesar de terem sido eleitos dois deputados estaduais, o assunto água ficou esquecido. Embora o ex-prefeito Aluízio dos Santos Júnior tivesse tentado municipalizar o abastecimento de água, a CEDAE acabou recorrendo a Justiça que decidiu a favor da empresa e os políticos esqueceram o problema. O atual prefeito Welbert Resende que durante dois anos atuou como deputado, ainda não se debruçou sobre o caso e a situação vai ficando mais caótica com a enorme pressão pelos serviços que é mal prestado.
Procurado para se manifestar a respeito, o deputado estadual Chico Machado não retornou as ligações. Também o vereador Luciano Diniz, que é funcionário da CEDAE e poderia dar alguma explicação, também não atendeu o telefone e não retornou as ligações.

Enquanto isso, o município que está completando 209 anos de emancipação política-administrativa, começa a sua trajetória para completar 210 anos sem que possa a população contar com esse serviço vital para a população, e os carros pipas fazem a festa pela cidade.