Ditos como remédios eficazes no combate ao coronavírus, ivermectina, hidroxicloroquina e alguns corticoides não têm sido encontrados pelas prateleiras das farmácias
Após inúmeras ‘Fake News’ sobre medicamentos ditos como eficazes contra o novo coronavírus, a população macaense vem tendo dificuldades para conseguir comprar remédios como ‘ivermectina’, ‘hidroxocloroquina’ e alguns corticoides pelas farmácias da cidade.
“Lamentável as pessoas não se informarem corretamente e acabarem prejudicando quem tanto precisa de medicamentos importantes contra doenças sérias. Minha filha sofre de lupús e, no mês passado, foi difícil achar a hidroxocloroquina indispensável no tratamento e controle da doença. Fiquei completamente desesperada”, revelou Renata Teixeira.
Mesmo com alguns estudos desmistifcando que ainda não há a confirmação que tais remédios são totalmente eficazes contra o vírus, desde o início da pandemia, a corrida pela compra no município acabou fortalecendo o desabastecimento pelas farmácias e, consequentemente, prejudicando os que, de fato, necessitam dessas medicações.
Também apontado como cura por notícias falsas, a ‘ivermectina’, remédio muito usado no combate às parasitas e verminoses, por exemplo, é um dos medicamentos não encontrado nos últimos dias na cidade. Esse desabastecimento se fortaleceu após um estudo da Austrália indicar que a ‘ivermectina’ conteria o avanço do vírus e sua replicação.
“Moro em Rio das Ostras e, após ter muita dificuldade para achar a ‘ivermectina’ pelas farmácias de lá, resolvi procurar aqui em Macaé, o que não foi muito diferente. Consegui comprar, porém, duas semanas depois do médico me receitar, o que não deixou de me prejudicar. Está faltando empatia das pessoas neste momento”, declarou um servidor público que não quis se identificar.
Vale lembrar que, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), não há comprovações que tais medicamentos curam as pessoas doentes por coronavírus e, que, no final do mês passado, a OMS informou a suspensão da hidroxocloroquina em testes contra a COVID-19, após estudos comprovarem que há um risco aumentado de mortes.
Neste sentido, enquanto esforços são voltados à projeção da vacina contra o novo coronavírus, o isolamento social segue sendo a medida mais eficaz contra à propagação do vírus e, o uso de máscaras e higienização regular, duas questões indispensáveis aos que, por necessidades, precisarem ‘quebrar’ o confinamento.