O juiz destacou a gravidade da conduta do ex-governador, ressaltando que sua ação criminosa abalou a confiança dos eleitores e afetou a imagem do Poder Executivo Estadual como um todo.

O ex-governador Mauro Carlesse, do partido Agir, foi condenado pelo juiz federal Adelmar Aires Pimenta da Silva por atividade clandestina de telecomunicação. A condenação ocorreu em razão do uso de um bloqueador de sinais telefônicos que foi apreendido no gabinete do governador do Tocantins no Palácio Araguaia por policiais federais em junho de 2018.

A sentença, proferida em 17 de julho, resultou na substituição da detenção por duas restrições. Primeiro, Carlesse deverá pagar 10 salários-mínimos, equivalente a cerca de R$ 13,2 mil, para uma entidade ainda a ser definida. Segundo, o ex-governador ficará proibido de exercer qualquer cargo, função ou atividade pública, bem como de concorrer a mandatos eletivos por dois anos e quatro meses, o período original da pena de detenção estabelecida pelo juiz.

Além disso, a condenação implica na suspensão dos direitos políticos de Carlesse pelo mesmo período e o obriga a pagar uma multa de R$ 64.872,00, correspondente a 68 dias-multa, cada dia tendo o valor de um salário mínimo de 2018. O juiz destacou a gravidade da conduta do ex-governador, ressaltando que sua ação criminosa abalou a confiança dos eleitores e afetou a imagem do Poder Executivo Estadual como um todo.

A defesa de Carlesse discorda da sentença e já anunciou que irá recorrer para tentar reformá-la. O advogado Juvenal Klayber argumenta que o aparelho bloqueador já estava no gabinete do governador quando ele assumiu o cargo e que o dispositivo não estava em funcionamento durante a busca e apreensão realizado pela Polícia Federal.

O caso remonta a 2018, quando policiais federais investigavam o uso da máquina durante as eleições daquele ano e encontraram o bloqueador de sinais no Palácio Araguaia. O uso não autorizado de tal dispositivo é considerado crime, configurando uma atividade clandestina de telecomunicação. O ex-governador Marcelo Miranda (MDB) também foi mencionado no processo, mas negou qualquer envolvimento com o aparelho em seu depoimento à Polícia Federal.

Por portal Novo Norte