Nível de água do Rio Macaé está em situação emergencial e população sofre com o desabastecimento
Cadê a água? Essa é a pergunta que muitos macaenses têm feito nas últimas semanas. O problema do abastecimento é antigo e segue sem uma solução, pelo contrário, vem se agravando com o passar dos anos. Devido à forte estiagem que atinge o Norte do Estado do Rio de Janeiro, a Cedae enviou um comunicado informando que houve redução da captação de água no manancial do Rio Macaé, sistema que atende os municípios de Macaé, Rio das Ostras e o distrito de Barra de São João, em Casimiro de Abreu.
A Cedae solicita aos consumidores que utilizem a água de forma equilibrada durante este período, priorizando atividades básicas e evitando o desperdício. A Companhia informa ainda que vai disponibilizar carros pipa para atender serviços essenciais, como escolas e hospitais, caso haja necessidade.
O prefeito de Macaé, Dr. Aluizio, usou as redes sociais para demonstrar sua insatisfação. “Desde fevereiro falando, pedindo, gritando sobre a irresponsabilidade da Cedae com a cidade de Macaé. Decreto, contrato nulo, consulta popular, tarifa zero e o saldo? A cidade sem uma gota d’água. Não dá para entender”, disse o chefe do Executivo.
O superintendente regional da Cedae, Fernando Arruda, esteve na sexta-feira com uma equipe ténica da companhia em visita a capacitação de água na Fazenda Severina, localizado próximo a rodovia BR-101. No local foi constatado que o nível do reservatório de água está abaixo do nível normal.
Já o deputado estadual Welberth Rezende (PPS) utilizou a tribuna da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), na sessão ordinária de quinta-feira (19), para retratar o problema de falta d’água nos municípios de Macaé e Rio das Ostras. O parlamentar solicitou através de um requerimento junto ao Instituto Estadual do Ambiente -INEA, diretamente ao presidente Cláudio Dutra, providências na dragagem dos rios, pois eles estão assoreados, prejudicando o abastecimento de água na região.
“Além do problema da estiagem, pois já são muitos dias sem chuvas, o assoreamento dos rios está causando muitos transtornos à população. Precisamos dragar o rio Macaé para poder aumentar a lâmina d’água, que hoje está de 20 centímetros. Para a bomba voltar a funcionar é necessário o rio estar mais fundo. A Cedae não pode fazer este serviço e sim o Inea que possui uma draga flutuante. Por isso estou fazendo este pedido emergencial em nome da população de Macaé e Rio das Ostras. São captados em sua normalidade cerca de 670 litros por segundo de água. Hoje a Cedae está captando apenas 470 litros por segundo”, comentou o parlamentar.
Moradores das cidades afetadas pelo abastecimento de água estão usando as redes sociais para demonstrar a indignação do serviço prestado pela Cedae. “Água é indispensável à população e não pode faltar. É o mínimo de decência. Não cai água, mas a conta chega certinho”, disse Luciano Stoller.
Caminhões-pipas estão sendo vistos por todos os cantos da cidade abastecendo residências, inclusive, edifícios. Segundo relato de moradores, só estão sendo vendidos cinco mil litros de água.