Para coibir ações criminosas, agentes da PM realizam ‘cinturão’ de segurança nas entradas dos bairros de maiores incidências de crimes Foto: Divulgação/PM

Apesar dos dados do ISP não demonstrarem o aumento da criminalidade, população se queixa dos frequentes assaltos no município

Quase todos os dias uma pessoa é assaltada em Macaé. Os bandidos aproveitam um momento de distração das vítimas para agir a qualquer hora. A quadrilha que age no município parece não temer a ação da Polícia Militar, que tem se empenhado para desenvolver estratégias ofensivas para combater o aumento da criminalidade. Eles agem à luz do dia, muitas vezes quando as vítimas estão saindo de casa ou do trabalho e são pegas de surpresa.

Sem nenhum receio, alguns bandidos praticam delitos em frente às câmeras de monitoramento do 32º Batalhão de Polícia Militar (BPM), já que os equipamentos estão desativados. Nesses casos, a PM encontram dificuldades de capturar os criminosos sem apoio das câmeras e é aí que os agentes se desdobram em criar ‘cinturão’ de segurança nas entradas dos bairros com as viaturas, onde boa parte dos crimes ocorrem na Rua Silva Jardim, sentido Miramar, Fábio Franco, Avenida Evaldo Costa, Rua Teixeira de Gouveia e Avenida Rui Barbosa.

No entanto, o efetivo da polícia ainda é pequeno, não permitindo que todas as regiões da cidade tenham um patrulhamento mais eficaz. A arquiteta Marina Fraga, conta que em seu bairro vários moradores têm sido assaltados.

“Os assaltos no Bairro da Glória não param de crescer. Somente na semana passada, três vizinhos foram assaltados na esquina da Rua Tapajós, uma das principais do bairro. Eles relatam que os caras andam de bicicleta e moto e estão armados. Eles analisam as vítimas de longe e atacam. Já ouvi relato de pessoas que viram elementos com as mesmas características transitando pelo Alto da Glória. Os assaltos são sempre no mesmo horário, por volta das 18h, 19h, quando o pessoal volta da faculdade, da escola e do serviço.

Pagamos IPTU caríssimo e estamos nos sentindo acuados, com medo de sair de casa e ser vítima da violência. Enquanto isso, não vemos carro da polícia no bairro. Em quatro anos morando aqui foram raras as vezes em que vi uma viatura na minha rua”, comentou a moradora.

Segundo Marina Fraga, há poucos meses a casa de um dos parentes dela foi assaltada e a polícia levou mais de uma hora para chegar, alegando que não tem efetivo suficiente.
“A população macaense está cansada de ficar à mercê da sorte e exige das autoridades competentes que o policiamento seja reforçado. Não adianta levar todos eles para dentro das comunidades e deixar as outras áreas sem cobertura”, relata a moradora.

Crimes no comércio

A ação dos criminosos afeta quem tem comércio, quem chega em casa ou a quem simplesmente anda pela rua. Os bairros de classe média da Capital Nacional do Petróleo também são os que mais registram assaltos e a região é recordista em arrombamentos e roubos a residências.

No mês passado, o professor Thiago Lira levou um tiro na perna após reagir a um assalto no bairro Cancela Preta, próximo ao GreenPark. Ele ainda conseguiu dirigir até o Hospital Público de Macaé (HPM), onde foi socorrido.

Segundo dados do Instituto de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro (ISP), no primeiro semestre deste ano foram registrados 450 ocorrências de roubos a pedestres em Macaé. No mesmo período de 2018 foram registrados 461, uma diferença pouca de um ano para outro. No entanto, Macaé coleciona mais estatísticas positivas que negativas.

Dados do ISP, dão conta de que no primeiro semestre deste ano, 171 veículos foram furtados na área de abrangência do 32º Batalhão de Polícia Militar, o que representa um pequeno aumento de 5,4% em relação ao ano passado. Em relação aos veículos recuperados, a Polícia Militar obteve avanços neste ano. Enquanto no ano passado foram 62 veículos entre janeiro e junho, e este ano a PM conseguiu recuperar 81 veículos, um aumento de 30,6 % . Considerando o crescimento desordenado da cidade, pode-se dizer que a Polícia Militar obteve avanços, com destaques para o número de homicídios que se manteve estável, no primeiro semestre deste ano.