Por DINO DIVULGADOR DE NOTÍCIAS

São Paulo–(DINO – 19 set, 2018) –

Vinda para o Brasil em 1959 pelo dinamarquês Lucky, a tatuagem começou no país no porto de Santos e se diversificou em inúmeros formatos. Com interpretações nacionais de estilos clássicos na história da tattoo como o japonês, os profissionais do ramo com o passar dos anos vão além e traduzem novas inspirações da cultura pop para desenhos na pele de clientes.

Diante da renovação de um ramo que tem origens milenares, seria natural que outros personagens mais recentes no imaginário popular fossem pedidos e, dentre eles, uns dos principais temas solicitados pelas novas gerações provêm do universo geek.

Conhecido como um termo pejorativo por muito tempo para designar pessoas que curtiam histórias em quadrinhos, animes e jogos de videogame. Ser geek hoje não é mais motivo de vergonha e zoação entre os amigos, mas uma justificativa para imortalizar os heróis favoritos no corpo de muita gente.

O que mudou

Segundo o tatuador Mário Espolaor, especializado nesta forma de tatuar, o que mudou é que “ser nerd hoje é algo considerado cool. As pessoas perderam o medo de assumir seus gostos. Atualmente, é cada vez maior o acesso à tatuagem, o que acaba fazendo com que mais pessoas resolvam demonstrar seu amor pela cultura geek”

Outro ponto que também facilita, é que as pessoas que viveram o boom dos desenhos orientais na TV Manchete e a expansão da indústria de games nos anos 1990, pertencem atualmente à principal faixa-etária dos frequentadores de estúdios.

“Quem cresceu a partir da década de 90, viu passar pela sua tela clássicos como Dragon Ball Z, YuYu Hakusho, Star Wars, Mário e Sonic. É natural que isso refletisse na vida adulta. Outro fato que ajudou para que víssemos mais trabalhos deste tipo é que a tatuagem não é tão marginalizada e os clientes se sentem à vontade para fazer outros pedidos”, conclui o tatuador que também viveu essa época.

Nem todo desenho é tatuagem

Em meio a uma maior possibilidade de trabalhos e um ambiente com menos preconceitos, é natural que novas formas de tatuar surjam. No entanto, nem todo desenho encomendado ficará uma boa tattoo.

“Eu entendo a cultura da tatuagem como marcar na sua pele algo que você goste. Mas há diferenças em entender a cultura entre tatuador e cliente. Hoje, a maioria se sente confortável em marcar sua pele porque já viram outras tatuagens sobre o tema e foram bem executadas, mas é preciso cuidado para escolher bons profissionais”, explica Thiago Angelini, especializado em desenhos japoneses.

Por isso, além de escolher tatuadores sérios é necessário conversar sobre a composição da tattoo para que ela seja durável. “Para permanecer bonita pelo resto da vida, ela tem que ser sólida. Ou seja desenho limpo, sombra definida e cores fortes. Características presentes na maioria dos desenhos japoneses e cartoons. Desse modo, com as devidas adaptações e a técnica certa, dá para fazer coisas bem legais”, comenta Espolaor

Maior liberdade

Com universos menos fechados e um mundo que se abre para diversas influências de inúmeros lugares, é natural que a tatuagem também se insira nesse cenário e traduza toda essa multiplicidade de interesses

“Há cada vez uma mistura maior de referências As pessoas têm se libertado cada vez mais de caixas e, atualmente, elas se permitem com maior segurança juntar tudo que gostam. Por isso, não há mais necessariamente aquele estereótipo clássico do nerd que vai procurar por esse tipo de temática”, aponta o tatuador Vitor Ghedra.

Em concordância, Espolaor também defende que “Hoje é dia o acesso à informação é muito mais fácil do que no passado. Isso influencia diretamente no universo da tattoo gerando cada vez mais diversidade. Toda essa liberdade dentro da tattoo gera uma grande heterogeneidade de público. O torna o segmento mais aberta e atualizado com a mundo atual”.

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