Para tentar ampliar sua base política, o Lula planeja liberar R$ 3 bilhões em recursos de emendas parlamentares, indicadas por deputados e senadores ainda no governo de Jair Bolsonaro.

Lula (PT) tem enfrentado dificuldades para consolidar sua base política no Congresso, apesar de ter oferecido ministérios e cargos no segundo escalão do governo a membros do MDB, PSD e União Brasil. Líderes partidários afirmam que o governo tem atualmente cerca de 30 votos no MDB e 30 no PSD, que têm 42 deputados cada um. 

Apesar de ter indicado três ministros cada, dirigentes de União Brasil e PSD afirmam ter apenas dois desses cargos de primeiro escalão. O PSD considera que Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária) está na cota pessoal de Lula. O PSD escolheu André de Paula (Pesca) como seu ministro, mas a bancada critica a baixa relevância da pasta. Alexandre Silveira (Minas e Energia) tem sido uma escolha mais associada ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), do que à bancada de senadores da sigla. Na União Brasil, líderes não reconhecem Waldez Góes (Integração Nacional) como parte da cota do partido. Daniela Carneiro (Turismo) e Juscelino Filho (Comunicações) foram escolhas dos partidos, mas, devido à pulverização da bancada de deputados da União Brasil, as nomeações não tiveram o efeito político esperado.

Para tentar ampliar sua base política, o governo planeja liberar R$ 3 bilhões em recursos de emendas parlamentares, indicadas por deputados e senadores ainda no governo de Jair Bolsonaro. Há cerca de R$ 11 bilhões de emendas de relator –usadas como moeda de troca em negociações políticas no governo passado– e que ainda não foram pagas. Isso significa que o contrato da obra foi assinado, mas o empreendimento não foi finalizado, pois a emenda é paga quando há conclusão do serviço. A estratégia do governo é que, a cada trimestre, haja a liberação de recursos para quitar as emendas, melhorando a relação com o Congresso.

O governo espera que, com os primeiros pagamentos, haja uma melhoria na relação com o Congresso. Ainda assim, o Palácio do Planalto precisa consolidar sua base para evitar derrotas políticas e alterações em projetos do governo.

Por Portal Novo Norte