Foto aérea Arquivo O Debate

Da queda de 2014 à ascensão em 2018, Macaé foi capaz de sair do limbo e chegar ao topo orçamentário sem nunca ter deixado a liderança regional como a cidade que foi, mesmo em crise, capaz de manter uma arrecadação acima dos R$ 2 bilhões, mais do que qualquer outro município produtor de petróleo.

Ao romper a barreira da crise, que de forma efetiva limou mais de 40 mil postos de trabalho, afetando a vida de milhares de pessoas e comprometendo o equilíbrio econômico local, a cidade vive no início deste ano as expectativas de retornar ao patamar da prosperidade, que em governos passados ajudou a construir uma cidade pujante e enriquecida.

Falando em números, em 2018 Macaé foi capaz de ganhar muito mais do que foi perdido entre 2014 e 2017, graças ao fortalecimento das operações de óleo e gás na Bacia de Campos.

Enquanto no ano passado a cidade fechou a arrecadação na casa dos R$ 2,5 bilhões, entre 2014 e 2017, as perdas originadas pela redução do repasse dos royalties, das cotas da Participação Especial e de impostos que geram as chamadas receitas próprias, somaram pouco mais de R$ 300 milhões.

E a tranquilidade fiscal em que o município se encontra hoje tem total relação com o posicionamento firme da sociedade em frear a tentativa do governo de contrair empréstimo dos royalties, que a perder de vistas geraria mais de R$ 1 bilhão em dívida, a ser paga por administrações futuras.

Hoje, o grande desafio do governo “da mudança” é tornar esse dinheiro todo algo eficiente para melhorar a qualidade de vida da população. De forma inacreditável, esses R$ 2,5 bilhões ainda não são suficientes para corrigir os problemas da cidade.

Apesar de representar R$ 1 bilhão das despesas fixas do governo, o salário dos 13 mil servidores, assessores e contratados não é suficiente para gerar um cordão de segurança para a economia local. Defasado desde 2015, esses vencimentos representam hoje as “reservas” do funcionalismo público, que também sente os efeitos da crise.

Com poucas obras em andamento, e projetos paralisados, o governo não consegue fazer o dinheiro gerado pelo povo, financiar ações e serviços positivos para a própria sociedade. E com o aproximar do fim da era “da mudança”, há de se perceber que essa conta será cada vez mais difícil de se fechar.