O Norte Fluminense está na vanguarda da evolução da integração energética, e Campos é o segundo município com mais geração solar do estado. A partir desse quadro, a Firjan Norte Fluminense discutiu o panorama de investimentos de energia na região durante uma live, em 28/10. “Com tantos projetos de exploração e produção de óleo e gás até os de energia solar e eólica, passando por termelétricas, a região se destaca como um hub de energia no estado e no Brasil”, ressaltou Fernando Montera, coordenador de Conteúdo de Petróleo, Gás e Naval da federação. 

Radar da Energia no Norte Fluminense feito pela Firjan contabiliza: 53 campos em produção de petróleo, dois blocos de exploração, dois com licitação prevista, quatro sob concessão, quatro projetos de eólica offshore, um de geração solar fotovoltaica e outro de hidrogênio verde. Patrícia Daldegan, coordenadora da Regional, reforçou o potencial energético local e a importância da discussão sobre os investimentos previstos para programar as futuras ações. 

Montera explicou que, em relação a gasodutos, há a Rota 5B, confirmada pela Equinor, que vai se conectar ao Terminal de Cabiúnas, e a Rota 6B, que tem a possibilidade de se conectar com o Porto do Açu. Em relação às termelétricas, o parque está em constante expansão: GNA 2 e Marlim Azul, em construção, além de outros 12 projetos, que vão representar uma capacidade 11% superior à de todas as térmicas já instaladas no Brasil. Há ainda o projeto de uma refinaria da Oil Group, no Porto do Açu, com investimento previsto de US$ 300 milhões e início de operação em 2024. 

Tatiana Lauria, especialista em Infraestrutura da Firjan, acredita que o futuro seja a integração energética com uso de fontes renováveis. “O Brasil é o segundo país que mais criou empregos a partir de renováveis. No Norte Fluminense, a instalação de indústrias solares cresceu 25 vezes em cinco anos”, analisou. Campos tem 2.811 pontos de geração solar, ficando, no estado, atrás apenas da cidade do Rio (6.332). Os industriais já entenderam a importância da energia solar para redução de custos, acrescentou. 

Karine Fragoso, gerente de Petróleo, Gás e Naval da Firjan e diretora geral da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (ONIP), pontuou que, com a necessidade da transição energética, as companhias petroleiras estão se tornando empresas de energia. “Isso impacta o mercado em relação a recursos para exploração e produção. Mas ainda há muito para explorar e produzir óleo e gás nas Bacias de Campos e de Santos. Para isso, é preciso do suporte da indústria de bens e serviços”, concluiu.

A infraestrutura de óleo e gás da região poderá ser aproveitada na geração renovável, principalmente no offshore, que em breve vai aumentar sua participação. Os novos projetos, segundo Tatiana, terão impacto na geração de renda e de empregos qualificados. Os Institutos da Firjan SENAI podem contribuir com a formação de mão de obra. Um deles é o Curso Técnico em Sistemas de Energia Renovável, da Firjan SENAI, que ensina a fazer projetos, montagens e geração de energia elétrica através de fontes renováveis.